Tesoureiro do PT deveria ser afastado temporariamente do cargo, diz Arthur Virgílio
Em pronunciamento nesta quarta-feira (17), o senador Arthur Virgilio (PSDB-AM) disse que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, deveria ser afastado da função até o esclarecimento das denúncias que pesam contra o presidente licenciado da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop).
- Deveria ser afastado por profilaxia. As coisas são graves, não dá para negar - afirmou.
De acordo com reportagens publicadas pela revista Veja, Vaccari é investigado por suspeita de estelionato, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, e ainda pela cobrança de propina para intermediar recursos de fundos de pensão usados no "mensalão" do PT, em 2005.
A informação foi prestada sob o benefício da delação premiada à Procuradoria Geral da República (PGR) pelo corretor Lúcio Bolonha Funaro, tido como um dos maiores especialistas em fraudes financeiras no país.
O caso é investigado pelo promotor José Carlos Blat, que deverá comparecer à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) para esclarecer as denúncias. Vaccari e Funaro também deverão ser ouvidos pela comissão.
Em seu discurso, Arthur Virgílio criticou a ausência das lideranças do PT no Plenário para tratar do caso Bancoop. O senador disse estar preocupado "com os rumos que está tomando o Parlamento em um fim de legislatura bastante melancólico".
- Já fui líder de governo. Nunca me omiti desse jeito, nem nas horas mais difíceis. Fico entristecido quando vejo as cadeiras vazias, as lideranças inertes que simplesmente não comparecem ao debate, como se fosse algo premeditado ou uma consciência muito pesada - afirmou.
Arthur Virgílio disse ainda que nunca deixou de se manifestar sobre as posições do partido quando era líder do governo de Fernando Henrique Cardoso.
- Isso é deprimente, deplorável, um governo sem líderes. Líder não é para estar em ministério em busca de verbas, mas para defender o partido - afirmou.
17/03/2010
Agência Senado
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