Texto de Garibaldi é "relatório mais frágil da história do Parlamento", diz Tião Viana



O senador Tião Viana (PT-AC) afirmou, nesta terça-feira (20), após a aprovação do texto do relator Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) por 12 a dois na CPI dos Bingos, que o documento votado é "o relatório mais frágil da história do Parlamento brasileiro" e que "rasgou o Regimento e a Constituição" ao não atender ao fato determinado e ao objeto formal da comissão (a ligação dos jogos de bingo com o crime organizado e a lavagem de dinheiro).

Tião Viana criticou a oposição por ter, segundo ele, se apegado a uma "estratégia de ordem eleitoral". Afirmou, no entanto, que o PT acata a decisão do colegiado, e que ela não representa uma derrota para o partido.

- Os que foram citados apresentarão sua defesa ao Supremo, e serão bem sucedidos, pois o relatório não tem suporte constitucional - disse ele.

Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), no entanto, o balanço final é positivo. Ele disse considerar a CPI dos Bingos "emblemática".

- Ela é resultado de uma deliberação do Supremo Tribunal Federal (STF), e fez ressurgir fatos que estavam sendo acobertados, como os casos de Santo André, Campinas, Ribeirão Preto. O mais importante desta CPI não é o relatório final, mas a proposta de transparência que ela possibilitou, estimulando uma investigação de maior profundidade por parte dos órgãos competentes - disse.

O senador tucano destacou que a comissão "produziu muito em matéria de investigação judiciária relativamente a crimes praticados" ao colaborar para a mudança de versão do assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel (PT), que, de crime comum, passou a ser considerado crime de inspiração política (a CPI verificou indícios nesse sentido).

O parlamentar voltou a ponderar, no entanto, que faltou a inclusão, nas sugestões de indiciamento, dos nomes do chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e do ex-ministro José Dirceu, além do indicativo de apuração da responsabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tanto no caso de corrupção em Santo André quanto no que diz respeito à sua relação com o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. Alvaro Dias havia apresentado voto em separado com essas duas alterações, mas apoiou o texto do relator.

20/06/2006

Agência Senado


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