Tião diz que maior legado de Che é a possibilidade sempre presente de mudarmos o mundo



Primeiro orador da sessão especial destinada a reverenciar a memória de Ernesto Che Guevara, o presidente interino do Senado, Tião Viana, disse que os sonhos e ideais desse líder vão além dos pôsteres, camisetas e adereços que estampam hoje sua imagem pelo mundo afora. "Che vive, no inconformismo e vontade de mudança por um mundo melhor e mais justo, nas mais diversas sociedades e distintas latitudes", disse o senador.

De acordo com o presidente do Senado, o legado desse líder e sua mensagem de vida, "é a possibilidade, sempre presente, de mudarmos o mundo, de transformá-lo, para abrigar o humano em toda a sua humanidade". Tião definiu como ímpar a ação humanitária e médica de Che Guevara, sobretudo na luta em favor das pessoas atingidas pela hanseníase. E lembrou que, ainda no curso de Medicina, Che se interessou pela leprologia (especialidade da Medicina que estuda a doença.

Tião Viana disse que esse líder tinha inscrita em sua personalidade a sincera preocupação com o próximo, sentimento que "constituiu o móvel primeiro das tomadas de posição que transformaram Che Guevara em uma das mais notáveis expressões políticas atuais". No entender do senador, a transformação do homem em mito exige mais do que a mera passagem do tempo.

- O mito compõe-se de ações que redefinem a realidade e ultrapassam o senso comum. O destemor é apenas um desses predicados, além de sensibilidade social, visão de mundo, ousadia, sonhos e realizações que fecundam e estimulam o espírito de mudança. É assim que surge, em toda a sua complexidade, o verdadeiro líder revolucionário, destinado a permanecer como um ideal nos nossos corações e nas nossas mentes.

Referindo-se à viagem de moto que Che Guevara fez pela América do Sul, transformada no filme Diário de Motocicletas pelo cineasta brasileiro Walter Salles, o presidente interino do Senado disse que foi dessa forma que o estudante de Medicina, nascido e criado na classe média, descobriu a realidade e o sofrimento do quotidiano de homens e mulheres que eram as verdadeiras populações da América Latina.

- Correndo as planuras do Pampa, o litoral do Pacífico, a árida beleza de Atacama, os abismos deslumbrantes dos Andes e os profundos mistérios da Amazônia, Guevara realizou o seu rito de passagem para a realidade. Assim, ao menino asmático, convencional e romântico, desvelaram-se todas as iniqüidades, incoerências e dores que a realidade impunha, e ainda impõe, a milhões de latino-americanos.
A partir daí se foram configurando os fundamentos e os ideais que haveriam de pautar sua existência, breve, mas vital - destacou Tião Viana.



23/10/2007

Agência Senado


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