Tião diz que não é hora para se discutir sucessão de Renan e nega ser candidato



O presidente interino do Senado, Tião Viana, definiu na manhã desta terça-feira (16) como um prejuízo concreto ao Senado a idéia de discutir agora a sucessão do presidente Renan Calheiros, licenciado da Casa desde a última quinta-feira (11). Tião disse que os senadores têm o dever de pensar primeiro na instituição, que, neste momento, está "agonizando" em termos de credibilidade perante a opinião pública.

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- Não sou candidato em hipótese alguma. Entendo que só tenho que pensar no mandato-tampão que estou cumprindo, que é essa interinidade de 45 dias. Renan Calheiros tem o direito de retornar à Presidência na hora que quiser ou após os 45 dias. E acho completamente inoportuno o debate sobre sucessão, porque, se nós queremos pacificar o Senado, não podemos abrir o espaço para disputas de grupos e interesses que venham a prejudicar uma agenda legislativa que é vital para recuperar a imagem da instituição - ressaltou.

Tião Viana entende que o Senado não vai auferir qualquer benefício de uma disputa sucessória agora. Mas, se essa disputa acontecer, ele entende que o PT é a quarta força política da Casa, não lhe cabendo ambicionar esse posto, que é, de direito, do PMDB. Também frisou que não entrará no debate sucessório visto entender que seu primeiro dever é de lealdade com a instituição, depois com os senadores e, em seguida, com os partidos.

- Caso o assunto sucessão venha a surgir, penso que o PMDB é que está autorizado a fazê-lo. Ele é que é responsável pela Presidência do Senado nas mãos de Renan. E o PMDB entende que tem o dever de lealdade e de defesa de Renan. Se o PMDB não está pensando além disso, como alguém pode abrir um debate que não fará bem à instituição? - questionou o presidente interino.

Ao referir-se à conversa que teve ontem (15) com o presidente licenciado, Tião Viana afirmou que Renan está tranqüilo na preparação de sua defesa em relação às outras representações a que ainda responde no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. O presidente interino também informou que Renan está procurando um apartamento que lhe garanta mais privacidade e deverá deixar a residência oficial do Senado nos próximos dias. Quanto a Tião, disse que continuará na 309 Sul.

Na mesma entrevista coletiva, concedida em seu gabinete, o presidente interino foi indagado sobre mudanças no quadro funcional do Senado. Respondeu que não está fazendo nada além do previsto para quem assume um cargo como esse.

- O que fiz foi o que qualquer um faria. Eu tenho que saber quais os funcionários que ocupam função de confiança, saber o sentimento deles com relação à administração, como estão colaborando e o que podem fazer a mais pela administração do Senado. É um procedimento absolutamente natural e acho que, na interinidade, tenho de ser comedido e não pensar em um mandato duradouro porque estaria prejudicando a Casa. Não tenho nenhuma pretensão de fazer modificações que venham a trazer qualquer instabilidade à administração da casa - garantiu Tião Viana.



16/10/2007

Agência Senado


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