TIÃO VIANA ALERTA PARA REURBANIZAÇÃO DA FEBRE AMARELA
Observando que, de 1980 a 1998, a febre amarela vitimou 376 pessoas no Brasil, causando 216 mortes, o senador Tião Viana (PT-AC) apelou nesta segunda-feira (dia 24) ao Ministério da Saúde para que fique atento à reurbanização da doença. Ele disse que essa é uma enfermidade que alcança mais de 50% de taxa de mortalidade e que pode atingir qualquer pessoa, mesmo em área urbana.O parlamentar explicou que não existe nenhum tratamento específico contra a febre amarela. A prevenção e o controle dessa doença, segundo ele, baseiam-se apenas na erradicação ou controle do vetor que a transmite e na aplicação da vacina específica, existente desde a década de 30. Também disse que, no Brasil, a febre amarela silvestre está em contínuo movimento, caracterizando-se por apresentar-se em surtos que se manifestam de forma cíclica, a cada cinco ou sete anos.Ele informou que situação epidemiológica detectada no ano passado levou a Fundação Nacional de Saúde a elaborar e executar, em conjunto com autoridades estaduais de saúde, um plano de intensificação da vacina, baseado em critérios de risco. Mas essa vacinação não foi tão ampla quanto deveria ser, em razão da insuficiência do estoque de imunobiológicos e das dificuldades de realizar uma imunização em massa.Com isso, observou Tião Viana, mais de 27 milhões de brasileiros deixaram de ser imunizados. Como exemplo, ele disse que, no Acre, das 514 mil pessoas que deveriam ter sido vacinadas, apenas cerca de 92 mil receberam doses da vacina, ficando desprotegida a população de maior risco, que são os maiores de 15 anos. O senador que para que uma epidemia urbana seja desencadeada basta, quase exclusivamente, que haja a coexistência de fortes populações do mosquito aedes aegypti e de seres humanos não vacinados, expostos à ação desses vetores. E considerou vergonhoso e inadmissível que, às vésperas do novo milênio, paire sobre a população brasileira a ameaça da recrudescência dos surtos urbanos de febre amarela, declarados erradicados do país em 1950.
24/05/1999
Agência Senado
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