TIÃO VIANA ALERTA PARA IMPORTÂNCIA DA ÁGUA



Ao registrar a passagem do Dia Mundial da Água, o senador Tião Viana (PT-AC) alertou para a importância estratégica dos recursos hídricos para o mundo, especialmente, para o Brasil, que detém 88% das reservas de água mineral do planeta. Tião Viana sugeriu que os gestores públicos reflitam clara e objetivamente sobre a possibilidade de privatização das companhias estaduais e municipais de saneamento básico. O senador ressaltou a luta desenvolvida há anos pelo senador Bernardo Cabral (PFL-AM) por uma política para a água.
- Hoje, mais de um bilhão de pessoas no mundo não têm acesso à água potável. Daqui a 20 anos, serão 2,8 bilhões. No Brasil, três milhões de domicílios não contam com saneamento básico. A água precisa ser vista do ponto de vista estratégico e de segurança nacional. É preciso dar uma atenção especial a esse patrimônio brasileiro - assinalou o senador.
Tião Viana citou artigos publicados na imprensa sobre o tema, dentre eles um do ministro da Saúde, José Serra, que se posiciona contrariamente à privatização das empresas de saneamento básico e garante que a posição do governo é a mesma. O senador citou, em seguida, artigo do presidente da Caixa Econômica Federal, Emílio Carrazai, favorável à privatização do setor.
O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) ressaltou a diferença entre a privatização de empresas de telefonia e de petróleo e a de empresas de saneamento básico, e lembrou que a iniciativa privada é atraída pelo lucro. "Precisa amarrar muito para que as empresas privadas invistam nos locais mais distantes e com pouca ou nenhuma perspectiva de lucro", assinalou. O senador Geraldo Melo (PSDB-RN) manifestou-se contrário à privatização do setor e lembrou já ter apresentado projeto de lei que prevê, no caso das empresas serem mesmo privatizadas, a garantia da preservação das tarifas sociais para população de baixa renda.
O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que o Brasil está vivendo um "modismo da privatização" e os vários governos querem resolver todos as dívidas "mal contraídas para o jogo eleitoral, vendendo o nosso patrimônio". O senador afirmou não admitir que um serviço essencial como o saneamento não esteja sob o controle do poder público. O senador Agnelo Alves (PMDB-RN) disse que este é um tema sério que está sendo pouco debatido no Brasil e apoiou o projeto de Geraldo Melo como instrumento de proteção da população de baixa renda.

22/03/2000

Agência Senado


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