TIÃO VIANA DENUNCIA UNIÃO POR GASTAR MAIS NOS ESTADOS RICOS



"Quanto mais pobre um estado, menos dinheiro ele recebe do governo federal para obras de esgoto e de água tratada." A denúncia foi feita em plenário, nesta terça-feira (dia 13), pelo senador Tião Viana (PT-AC), citando números preparados pelo próprio governo. "Que prioridade social é esta que beneficia as regiões mais ricas?", questionou.Conforme os números preparados pelo Ministério da Saúde, o governo aplicou na região Norte em obras de saneamento básico (água tratada, esgotos e coleta de lixo) apenas R$ 24,15 por pessoa, por ano, de 1995 a 98. Já a região Sul contou com R$ 42,30 por pessoa, no mesmo período. Tião Viana afirmou que o governo federal "está invertendo totalmente suas prioridades sociais" e parece desconhecer que investimentos em saneamento levam a uma rápida redução da mortalidade infantil. Citou que os estados que menos recebem dinheiro são exatamente aqueles com taxa de mortalidade elevada, como o Acre, onde morrem 50 crianças de cada mil nascidas. Em Santa Catarina, onde o governo investiu nos quatro anos pesquisados R$ 65,92 por pessoa, registra-se umas da menores taxas de mortalidade infantil (23 para cada mil crianças).Para o senador, é incompreensível que o estado de Alagoas, onde se registra a maior taxa de mortalidade infantil de todo o Brasil (84 por mil nascidos), tenha recebido apenas R$ 18,24 por cada habitante, de 95 a 98, no financiamento de obras de saneamento básico. Tião Viana criticou a prioridade do BNDES nos seus financiamentos, enquanto os governos estatuais e prefeituras têm dificuldades para obter qualquer empréstimo. O senador considerou inaceitável que o dono da Mesbla e do Mappin, empresas em dificuldades financeiras, esteja conseguindo "um vultoso financiamento" de socorro do BNDES ao mesmo tempo em que mantém a posse de um avião executivo de R$ 30 milhões, usado "para seus deslocamentos, para sua vaidade".- Lamento profundamente que, enquanto governadores e prefeitos se acotovelam em filas em busca de financiamento social, para reduzir a mortalidade infantil, parece que as instituições financeiras federais são mais sensíveis a quem tem mais dinheiro - afirmou.

13/04/1999

Agência Senado


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