Tião Viana diz que crise Renan agora é passado



O presidente do Senado, Tião Viana, afirmou, ao chegar na manhã desta quarta-feira (5) ao Congresso, que a crise em que mergulhou a instituição desde maio deste ano, em razão de denúncias publicadas na imprensa contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), agora é passado. Com a renúncia ao cargo de presidente apresentada nesta terça-feira (4) por Calheiros, Tião Viana disse esperar que a Casa agora retome a normalidade.

- Olha, houve uma decisão do Senado Federal. Ela foi tomada em cima de uma visão de justiça, uma visão alicerçada na consciência de cada senador. Para mim, esse assunto é passado. Espero que a Casa retome a sua caminhada em favor da recuperação da imagem do Poder Legislativo. A Casa vive uma fase muito difícil, vive uma crise de imagem perante a sociedade, e só ela, por ela, vai poder recuperar a credibilidade como Poder Legislativo no Brasil.

- O senhor acredita em escaramuças nesse processo sucessório? - perguntaram-lhe.

- Não. Acho que a sucessão se fará num ambiente absolutamente tranqüilo e será conduzida com a devida responsabilidade dentro do PMDB. Todos os líderes têm expressado muita atenção e muito respeito a esse momento sucessório que o Senado vive, e acho que a eleição será feita com serenidade e responsabilidade.

- Presidente, haverá tempo para eleger o sucessor de Renan na quarta-feira [12]?

- Com a palavra, os líderes. Eu já disse que tenho que atender ao entendimento dos líderes, ao acordo deles. Da minha parte, estou pronto para promover a eleição na hora que os líderes, mediante acordo, considerarem conveniente, considerarem que as divergências foram quebradas e que se caminhou da melhor forma possível para a valorização de um ambiente respeitoso, um ambiente onde a grande política predomine entre as partes.

- E esse entendimento está caminhando para algum nome?

- Aí eu não sei antecipar. Prefiro que os líderes se manifestem. O meu papel será o de condutor do processo político e evidentemente me conduzo pela tradição da Casa, segundo a qual a maior bancada terá a prerrogativa de indicar o sucessor.

Por ser o maior partido com representação no Senado, o PMDB deverá indicar o sucessor de Renan Calheiros. De acordo com o líder do partido, Valdir Raupp, uma reunião definirá nesta quinta-feira (6) quais são os candidatos do partido ao lugar deixado por Renan. Na próxima terça-feira (11), todos os líderes partidários reúnem-se com Tião Viana para formular um calendário para essa sucessão. No dia seguinte (12), está prevista a eleição do sucessor de Renan. Assim mesmo, o presidente do Senado foi indagado sobre a hipótese de adiamento dessa escolha.

- Presidente, se o líder do PMDB pedir o adiamento, é possível?

- Não, o Regimento do Senado é claro. Uma medida que modifique a data depende de um acordo de lideranças.

- Presidente, mais uma vez o senhor será juiz no processo?

- Quando o voto é aberto, eu não tenho o direito de votar, estarei apenas conduzindo. Mas quando o voto é secreto e, no caso dessa sucessão, o voto é secreto, eu terei o direito de ser eleitor também.

- O senhor deixará a Mesa dos trabalhos e descerá ao Plenário para votar?

- Ah, com certeza - respondeu Tião Viana.



05/12/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


Tião Viana: até agora o governo tem honrado seu compromisso com a PEC paralela

Tião Viana diz que mais um mandato para Lula agora seria uma violência à ordem constitucional

Renan Calheiros é recebido por Tião Viana

Tião Viana lê requerimento de licença de Renan

Tião Viana discute crise do Incor-DF com Chinaglia e Temporão

Tião Viana: resultado do julgamento de Renan é imprevisível