Tião Viana diz que medidas moralizadoras fortalecem os próprios senadores



O presidente interino do Senado, Tião Viana, chegou na manhã desta quarta-feira (24) à Casa afirmando que a idéia de impor mais transparência às ações da instituição resultará no fortalecimento dos próprios senadores. Ele foi indagado a respeito do que a imprensa tem chamado de "pacote moralizador", cujo objetivo é colocar na internet, entre outras informações, a prestação de contas dos senadores sobre a verbas de gabinete.

- Isso significará o fortalecimento do senador e da instituição Senado. Tudo que fizermos para facilitar a visibilidade, para evitar a fragilidade da instituição, para prestar contas à sociedade, será melhor para a instituição, para a democracia e para os senadores. Eu penso que o senador de bem com a sociedade é aquele que tudo faz para ser visto, para ser testemunhado pela sociedade, para dar ao eleitor o direito de avaliar se seu desempenho é bom ou não. É isso que eu acho que é importante para a Casa - defendeu.

Tião Viana também avaliou o Senado como uma instituição moderna, que funciona dentro de padrões racionais, realizando despesas que favorecem o equilíbrio orçamentário, mas entende que é preciso avançar em alguns aspectos, sendo um deles, a maior visibilidade das ações da Casa. O presidente interino explicou quais são os principais itens dessa pacote moralizador.

- De imediato, o que nós tivemos aprovado pela Mesa foi que os afastamentos de senadores para missões parlamentares, missões pessoais ou de qualquer natureza, serão divulgados simultaneamente no Diário do Senado Federal. Ao mesmo tempo, abriu-se um debate sobre a informação também em tempo real, o que já é feito pelo Tribunal de Contas da União, da chamada verba indenizatória. Ou seja, com isso nós teríamos os senadores basicamente isentos de qualquer dúvida sobre sua conduta e suas atitudes com aquilo que é repassado pela sociedade através do nosso orçamento - esclareceu.

O presidente do Senado disse, contudo, que essas medidas de austeridade só serão discutidas na reunião que ele terá com os líderes partidários se isso for solicitado por algum representante de partido.

- A minha parte foi colocar o assunto na Mesa e os senadores acharam que ainda não era o momento, que o assunto ainda precisava de uma maturação melhor por parte dos líderes. Cabe aos líderes agora a discussão da matéria - enfatizou.

Drogas

Na mesma entrevista, Tião Viana foi indagado sobre levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas, a partir de dados do IBGE, segundo o qual 62% dos usuários de droga no Brasil pertencem à classe A, 85% tem a pele branca, 99% são do sexo masculino e 50,7% têm entre 20 e 29 anos. Tião lamentou os números.

- Eu acho que o maior problema que a Humanidade enfrenta é o problema da droga; acho que somos pequenos como instituições públicas, como instituições financeiras, para enfrentar problema dessa dimensão. E somente uma união com todos os setores lúcidos da sociedade, que incluem igrejas, setores da vida cultural, setores da vida institucional, com muita união, seremos capazes de estabelecer traços culturais que digam definitivamente não àquilo que desagrega o estado emocional, a espiritualidade, a harmonia familiar, a vida em comunidade e substitui esses valores por violência, por egoísmo e práticas equivocadas de equilíbrio pessoal - ressaltou Tião Viana.



24/10/2007

Agência Senado


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