Tião Viana e Casagrande estão preocupados com atraso na votação sobre mandato de Renan



O senador Renato Casagrande (PSB-ES) afirmou, na manhã desta terça-feira (20), que tanto ele quanto o presidente interino do Senado, Tião Viana, com quem havia conversado pouco antes, estão preocupados com a decisão do líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), de adiar para a próxima semana a apresentação de parecer sobre o projeto de resolução que sugere a perda do mandato do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Na opinião de Casagrande, quanto mais o Senado demorar a tomar uma decisão nessa matéria, pior para a imagem da instituição.

-Encontrei no presidente do Senado a mesma preocupação que me trouxe aqui, a de que precisamos nos mobilizar em busca do diálogo para encontrar uma saída - disse Casagrande que, como relator da primeira representação contra Renan, opinou pela perda de mandato do então presidente do Senado.

Arthur Virgílio foi designado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) relator do projeto de resolução encaminhado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que sugere a perda do mandato de Renan na representação em que este foi acusado de ter comprado empresas de comunicação em nome de laranjas. A inquietação de Casagrande deve-se ao fato de Arthur Virgilio ter informado que só apresentará seu parecer no próximo dia 28, e não até esta quarta-feira (21), como previa Tião Viana. Casagrande definiu essa atitude de Arthur Virgílio como "um tiro no pé".

- Estou preocupado com essa decisão do Arthur. A oposição toma uma medida com o argumento de que o governo quer salvar Renan para preservar a CPMF, mas a oposição está tomando uma medida que, com o objetivo de prejudicar a CPMF, pode estar salvando o Renan. O atraso na votação do caso Renan cria dificuldade para o governo na votação da CPMF, mas ao mesmo tempo, pode fazer com que a situação de Renan melhore ainda mais no Plenário. Acho que a decisão do Arthur é um tiro no pé.

Para Casagrande, o mais sensato neste momento é votar imediatamente a representação contra Renan, visto que incide num equívoco quem pensa que é melhor, para fustigar o governo, um adiamento da decisão.

- Me parece que a CCJ resolveu partidarizar essa questão. Mas tanto da parte do senador Marco Maciel (presidente da CCJ) quanto da parte de Arthur Virgílio, são decisões equivocadas. Estou envolvido diretamente nisso porque fui relator do primeiro processo contra Renan e estou convencido de que partidarizar esse debate é um equívoco. Podemos chegar ao fim do ano sem ter votado essas matérias e contaminar 2008 com o que poderia ter sido resolvido em 2007 -alertou Casagrande.



20/11/2007

Agência Senado


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