TIÃO VIANA HOMENAGEIA ALOYSIO BIONDI



Ao dar continuidade às homenagens prestadas pelo Senado ao jornalista econômico Aloysio Biondi, morto no fim do mês passado, o senador Tião Viana (PT-AC) afirmou que as análises da economia mundial e nacional feitas por Biondi transformaram-se em uma referência moral, por traduzirem o sentimento de muitos cidadãos brasileiros sobre os rumos tomados pelo neoliberalismo e suas conseqüências, particularmente para os países do Terceiro Mundo.
O senador leu e requereu a transcrição integral de dois artigos publicados na imprensa sobre Aloysio Biondi. Um deles, escrito pelo jornalista Jânio de Freitas após a morte do colega, foi considerado por Tião Viana "uma análise feliz, quase insubstituível". O outro, intitulado "Fim do neoliberalismo, a virada", foi o último artigo publicado por Aloysio Biondi, na revista Caros Amigos. Neste seu último texto, o jornalista chama atenção para a importância da última reunião do G-7, em Berlim. Na sua opinião, assim como o "Consenso de Washington" inaugurou o domínio da onda neoliberal, o "Consenso de Berlim" teria enterrado o neoliberalismo "como conseqüência do aumento do poderio econômico e político da Europa, que coincide com o agravamento dos problemas da economia dos EUA".
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que trabalhou com Biondi entre 1976 e 1980 no jornal Folha de S. Paulo, testemunhou o empenho do jornalista em pesquisar e buscar a verdade, sendo "professor" de uma legião de jornalistas que trabalharam sob sua orientação. Mais recentemente, acrescentou Suplicy, ao publicar O Brasil Privatizado, Biondi "foi fundo na investigação da natureza do Proer e da privatização de empresas públicas", mostrando como o processo de privatização levou a um aumento da concentração de renda e poder no país. O livro, disse, já vendeu 140 mil exemplares. Roberto Saturnino Braga (PSB-RJ), por sua vez, associou-se à homenagem prestada por Tião Viana, dizendo que Biondi "era uma das vozes mais lúcidas, independentes e críticas de todo esse modelo neoliberal".

02/08/2000

Agência Senado


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