Tião Viana protesta contra falta de critério na abertura de cursos de Medicina



O senador Tião Viana (PT-AC), que é médico, protestou, nesta segunda-feira (5), contra a falta de critérios nos processos de abertura de novos cursos de Medicina. O senador explicou que esses critérios deveriam ser estabelecidos pelo Conselho Nacional de Educação e pelo Conselho Nacional de Saúde, mas o que se vê é predomínio do interesse econômico, sem controle de qualidade.

Tião Viana tratou do excesso de pedidos de abertura de escolas médicas, que corre ao lado da dramática situação da qualidade da assistência médica prestada no Brasil. Segundo ele, no entanto, o número de profissionais formados a cada ano - cerca de 10 mil - é mais que suficiente. O problema, informou Tião Viana, é que esses profissionais não estão distribuídos entre todos os municípios.

- Infelizmente, não se estabelece uma política de interiorização, mas há concentração do profissional especializado, o que abre espaço para debates apelativos de mercado, com interesses exclusivamente comerciais de empresários da educação que querem a abertura de novas escolas médicas - disse ele.

Como resultado do que ele apontou como "postura liberalizante" do Ministério da Educação quanto à abertura de novos cursos, o parlamentar citou um exame de avaliação por amostragem realizado junto ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo que comprovou que 40% dos avaliados não estavam habilitados ao exercício da Medicina.

Hanseníase

O senador Tião Viana procurou sensibilizar os demais senadores para o projeto de sua autoria que cria concessão de pensão especial a pessoas atingidas pela hanseníase que foram submetidas a isolamento e internação compulsórios. A matéria (PLS 206/06) será votada nesta terça-feira (6) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

- Muitas dessas pessoas foram retiradas de suas casas pela polícia sanitária e colocadas em colônias de isolamento, muitas vezes sem ter absolutamente nada e sem entender nada. Depois de 30, 40 anos, elas saíram mutiladas pela doença, e o poder público nunca reparou esse erro. Se soubemos ser capazes de reparar as vítimas da violência política, temos também que reparar essa falha tão grave e tão violenta -defendeu Tião.

O senador foi aparteado pelos colegas Cristovam Buarque (PDT-DF) e Eduardo Suplicy (PT-SP), que manifestaram apoio ao projeto.



05/03/2007

Agência Senado


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