TIÃO VIANA PROTESTA CONTRA "PREÇO ABSURDO" DOS MEDICAMENTOS



Preocupado com os "preços absurdos" que os consumidores brasileiros estão pagando pelos medicamentos, o senador Tião Viana (PT-AC) protestou, nesta quinta-feira (dia 20), contra os aumentos que, do início do Plano Real até agosto de 1998, foram de até 300%, de acordo com pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública. Com base em dados publicados pela revista Isto É, o senador explicou que em 1998 a indústria farmacêutica vendeu aos consumidores brasileiros cerca de US$ 7,5 bilhões, sem contar as vendas feitas à rede hospitalar e ao governo.Segundo Tião Viana, se for analisado o percentual de aumento em dólar de determinados produtos farmacêuticos, ao longo do período de estabilização cambial, entre 1994 e 1999, pode-se constatar "aumentos abusivos e absolutamente injustificados, sobretudo nos medicamentos de uso contínuo, prescritos para o controle de doenças como a hipertensão, a diabete, o reumatismo, a epilepsia e tantas outras". O senador disse ainda que algumas pesquisas demonstram que os medicamentos antiácidos, antialérgicos, antibióticos e antiinflamatórios de grande consumo também tiveram os preços aumentados acima dos índices de inflação.Para o senador, a mudança cambial está servindo de pretexto para a indústria farmacêutica aumentar ainda mais os preços dos medicamentos. "As indústrias do setor apresentam como justificativa para os reajustes praticados nos meses de fevereiro, março e abril o encarecimento dos insumos importados, argumentado que cerca de 65% dos custos dos medicamentos estão atrelados ao dólar", observou Tião Viana.O senador questionou a argumentação da indústria farmacêutica e disse que dados de outras fontes apontam que o peso dos insumos corresponde a apenas cerca de 20% do preço final dos medicamentos. O restante dos custos, revelou o senador, deve-se principalmente a gastos com embalagem e divulgação dos produtos. Segundo Tião Viana, é inquestionável o fato de que o setor farmacêutico é um dos mais rendosos e lucrativos da economia.

20/05/1999

Agência Senado


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