Trabalhadores comemoram desapropriação de terra em AL



Trabalhadores rurais que estavam acampados há oito anos na rodovia de acesso ao município alagoano de Campestre, a 130 km de Maceió, fizeram uma festa neste domingo (13) para comemorar a entrada no imóvel Pedra Branca, desapropriado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Alagoas (Incra/AL). O evento reuniu as 64 famílias recém-assentadas, lideranças do movimento social de todos as regiões do estado e representantes do Incra/AL.

A liminar de imissão na posse - que transfere a propriedade para o Incra criar o assentamento - foi concedida em julho pelo juiz Sérgio José Wanderley de Mendonça, da 2ª Vara da Justiça Federal em Alagoas. O processo judicial de obtenção desse imóvel, segundo técnicos do Incra, durou mais de oito anos. Por meio de acordo firmado entre a Ouvidoria Agrária do Incra e o representante da Justiça Federal, os trabalhadores aguardaram às margens da fazenda para esperar a retirada total de móveis e pertences do expropriado. Na última semana, eles entraram definitivamente no imóvel.

A superintendente do Incra, Lenilda Lima, considera a obtenção desse imóvel uma vitória jurídica do Incra e uma conquista das famílias sem-terra da região. Ao falar aos presentes, Lenilda destacou o equilíbrio e a força de vontade das lideranças e das famílias. “Vocês souberam esperar, mas sem ficar parados, lutaram, acompanharam de perto e apoiaram a atuação do Incra, respeitaram a lei e, agora, vão poder trabalhar para sustentar as suas famílias”, disse Lenilda, num dos galpões da propriedade.

Trabalho

Rafael Simões, representante do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), convocou os trabalhadores a se dedicarem ao trabalho na terra e à produção, lembrando dos tempos de sofrimento sob a lona preta. “Famílias inteiras viveram às margens dessa rodovia porque tinham um objetivo; foi a esperança e a luta de vocês que incentivaram o Incra a seguir em frente; agora vamos botar essa fazenda para produzir e gerar renda”, discursou o líder sem-terra.

As famílias estão sendo assentadas numa área de 432 hectares, localizada na entrada da cidade, com fácil acesso a estradas e serviços públicos. O clima e o solo são propícios à cultura da cana e também para outras produções já existentes no município como: mandioca, inhame, milho, feijão e hortaliças, além de frutas como banana, mamão, maracujá e acerola.

Fonte:

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária



15/10/2013 13:05


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