Trechos da coletiva do governador Mário Covas após anúncio de investimentos da Toyota do Brasil
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Repórter – Governador, o que esse investimento de US$ 300 milhões representa para o Estado de São Paulo? Covas – É , sem dúvida, um investimento altamente qualificado. A empresa é mundialmente conhecida, de alta qualificação, de tecnologia muito avançada, muito segura da sua competência, da sua capacidade, muito bem estruturada. E isso é tão verdadeiro que, rapidamente, após pouco mais de dois anos que eles se instalaram, estão fazendo um investimento que é o dobro do anterior. Eles vão triplicar a sua produção. Isso para o Brasil e o Estado é muito bom, para Indaiatuba idem. E eu tenho a impressão que será muito bom para a Toyota também. Além disso, vamos ter mais três mil empregos diretos e indiretos, envolvendo revendedores etc. Então nós todos saudamos isso com uma certa euforia. Repórter – Governador, a tendência então é dos investimentos se concentrarem no Interior do Estado ao invés da Região Metropolitana da Capital? Covas – Isso é inevitável, eles não foram para lá deliberadamente. As empresas estão se instalando no Interior porque hoje as cidades do Interior têm toda infra-estrutura necessária para isso. E a Região Metropolitana de São Paulo apresenta problemas de conflito, entre população e indústrias, muito sérios. Olha, houve no Estado, de janeiro de 95 a maio de 2000, US$ 100 bilhões de investimento privado (nacional e estrangeiro), excluindo naturalmente investimentos públicos, privatização etc. Quando se vê para onde foram destinados esses recursos, verificamos que US$ 62 bilhões ficaram na Região Metropolitana de São Paulo, o resto se dividiu por várias regiões do Estado. Mas, quando se verifica quanto foram investidos na indústria, constata-se que aqui na Região Metropolitana de São Paulo foram investidos somente US$ 15 bilhões, na Região de Campinas foram US$ 13,75 bilhões. Na região de São José dos Campos foram US$ 10,58 bilhões, ou seja, a desconcentração industrial tem ocorrido normalmente, por quê? Primeiro porque se tem uma alternativa muito boa, chamada Hidrovia Tietê-Paraná. Com isso, toda aquela área, envolvendo as regiões de Campinas, São Carlos e Araraquara, ou na margem esquerda do rio, faz um enorme corredor industrial, já que temos o Mercosul aí. Portanto, cada empresa que se instala no Estado pensa nas exportações para o Mercosul. Repórter – O secretário José Aníbal disse que o Estado acolheu entre 42% a 45% de tudo que foi investido no País, mas quanto essa porcentagem representa em recursos? Covas - No Estado de São Paulo temos tido a média anual de US$ 20 bilhões de investimentos privados, aí excluídos investimentos públicos e valores de privatização. Isso nos últimos cinco anos. Então, para sermos exatos são US$ 100,6 bilhões entre 1º de janeiro de 95 e 30 de abril de 2000. Estava dizendo aqui que esse investimento todo já não se concentra na Região Metropolitana de São Paulo. A parcela maior é da Grande São Paulo, mas quando se divide por áreas, como industrial, agrícola, comércio, serviços, a região de Campinas praticamente empata com a Grande São Paulo em termos de investimentos industriais. A região de São José dos Campos também está muito próxima. A de Sorocaba cresce muito depressa. Ou seja, dentro de cinco a 10 anos o crescimento industrial será maior no Interior do que na Região Metropolitana da Capital. Repórter – Desses US$ 100,6 bilhões de investimentos privados, quanto representa o setor automotivo? Covas – O setor automobilístico representa 12,97% desse total. Ele só é superado pelo setor de telecomunicações, que é de 14,66%. E nada disso implica em privatização. De junho para cá, o aumento de investimentos no setor automobilístico foi de US$ 3,1 bilhões. Tivemos um investimento grande da Volks, outro grande da GM, tivemos um investimento grande da Mercedes, que está voltando para o ABC e, agora, o investimento da Toyota – que é muito significativo porque multiplica por três aquilo que já existia. Agora, dos US$ 100,6 bilhões, US$ 61 bilhões foram investidos na indústria e dentro dessa área, US$ 15 bilhões foram para a Região Metropolitana de São Paulo e US$13,75 bilhões foram para a Região de Campinas, ou seja, Campinas está praticamente empatada com a Capital em investimentos industriais. Logo em seguida tem a Região de São José dos Campos, com US$ 10,58 bilhões em investimentos industriais. Quer dizer, já temos duas regiões do Estado que em termos de crescimento industrial praticamente já acompanham a Grande São Paulo, isso nos últimos cinco anos. A tendência acho que é inverter essa posição nos próximos anos. Acho que cada vez mais teremos mais indústrias nessas regiões do Interior do que na Região Metropolitana de São Paulo. Essa desconcentração da indústria acontece normalmente, já09/01/2000
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