Tuma alerta sobre poder do narcotráfico



O senador Romeu Tuma (PFL-SP) reproduziu nesta quarta-feira (4) informações que ele levou à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) quando fez palestra sobre legislação antidrogas em evento da Pastoral da Sobriedade. Ele disse que, na década de 50, quando a maior ameaça era a maconha, a polícia não imaginava que, algum dia, viesse a enfrentar organizações criminosas como o PCC e o Comando Vermelho, ou estruturas internacionais do tipo cartel, máfia ou milícia guerrilheiro-terrorista, que mistura política e ideologia com narcotráfico.

De acordo com Tuma, são organizações que dispõem de bilhões de dólares para corromper prepostos do Estado em todos os níveis, a ponto de ameaçar a estabilidade de governos democráticos, como está acontecendo com a Colômbia.

- O fato é que, com o correr do tempo, o narcotráfico assumiu proporções alarmantes em todos os quadrantes da terra. E, pior ainda, elegeu o Brasil, antigamente considerado país de passagem das drogas produzidas na Colômbia, Peru, Bolívia e Paraguai, como alvo de distribuição e consumo.

O parlamentar disse que o mundo precisa adquirir plena consciência do perigo representado pelo tráfico de drogas. E explicou que o narcotráfico internacional ameaça não apenas a vida de dezenas de milhões de jovens usuários, mas o bem-estar e a segurança de todos os cidadãos.

Em sua opinião, observando a riqueza acumulada por essas organizações criminosas e suas grandes operações de lavagem de dinheiro, percebe-se seu potencial para corromper e destruir sistemas de instituições livres e democráticas e governos, podendo constituir-se em grave ameaça ao princípio da própria democracia.

Romeu Tuma também recomendou o saneamento das polícias. E disse ser urgente melhorar sua capacitação técnica e proporcionar retribuição salarial adequada a uma seleção profissional condizente com os novos meios de investigação e obtenção de prova.

No mesmo discurso, Romeu Tuma mencionou carta recebida de Jailson Ferreira, de União dos Palmares (AL), um senhor de 63 anos de idade, que dedicou oito meses a alfabetizar-se a fim de escrever o texto enviado ao senador. Tuma registrou o fato como um exemplo da importância da TV Senado na transmissão dos trabalhos legislativos.



04/09/2002

Agência Senado


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