Tuma defende solução rápida para o processo contra Renan



O senador Romeu Tuma (DEM-SP) condenou, nesta sexta-feira, o que qualificou de procrastinação e manobras políticas que estariam cercando a investigação das denúncias da revista Veja contra o presidente do Senado, Renan Calheiros. Para Tuma, essa demora em levar o processo à sua conclusão vem frustrando os senadores e toda a sociedade brasileira.

-A solução certamente será amarga, mas necessária. Quando mais rapidamente ela vier, melhor será para todos, até mesmo para o presidente da Casa - afirmou.

Como corregedor do Senado e membro nato do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Tuma fez questão de dizer que, em nenhum momento, se furtou a examinar os documentos apresentados pela defesa do presidente da Casa. Registrou que solicitou a ajuda de peritos na área fiscal imediatamente e que, em pouco tempo, foi possível examinar a movimentação financeira e bancária, bem como as declarações de Imposto de Renda de Renan.

Segundo Tuma, quando começaram os trabalhos do Conselho, ele pediu que fosse ouvido o representante da Mendes Júnior, Cláudio Gontijo - que, segundo a denúncia da Veja, teria pagado parte das despesas pessoais do presidente do Senado - e foi surpreendido com a notícia de que o relator da representação do PSOL contra Renan, o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), já tinha elaborado um parecer que dispensava mais investigações e pedia o arquivamento do caso. Esse relatório, lembrou, não chegou a ser votado.

O corregedor afirmou também que, com a cautela que sempre norteou seu trabalho, logo percebeu que o relatório feito pela Polícia Federal era inconclusivo e decidiu solicitar ao Conselho de Ética, em requerimento recebido no dia 27 de junho passado, às 13h18, um questionamento à Polícia Federal. No documento, cuja cópia exibiu, o senador pedia que, no prazo mais exíguo possível, o conselho procurasse saber junto à PF que documentos e outros elementos eram necessários para a conclusão da perícia nos documentos entregues por Renan Calheiros ao colegiado.

- Isso não aconteceu e ontem (12) tivemos no Senado uma sessão amarga, melancólica, pelo noticiário que produziu na imprensa, com acusações desnecessárias, para desgaste dos senadores e do Senado - protestou.

Tuma destacou que toda investigação precisa ter um cronograma, precisa andar e chegar a uma conclusão, indiciando, ou não, as pessoas envolvidas. A sociedade brasileira, observou, deve estar perplexa diante de um caso que não anda nem chega a lugar nenhum.

O corregedor considerou que grande parte da crise é proveniente da demora em resolver a situação. Para Tuma, a postergação multiplicou a crise e, se o exame final da questão for jogado para depois do recesso e, quem sabe, até para depois do feriado de 7 de setembro, isso será ruim para todos, mas principalmente para a Nação brasileira, concluiu.

Em aparte, o senador Valter Pereira (PMDB-MS) disse que toda investigação precisa ter começo, meio e fim, e não pode ficar servindo aos apetites dos que gostam dos holofotes.

Também em aparte, o senador CristovamBuarque (PDT-DF) concordou com a tese de que a demora na solução do processo contra Renan é o grande alimentador da crise.

13/07/2007

Agência Senado


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