Tuma deve ouvir nesta quinta ex-assessor de Suassuna



O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), marcou para a manhã desta quinta-feira (3) o depoimento do ex-assessor do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) Marcelo Cardoso Carvalho, preso pela Polícia Federal na "Operação Sanguessuga" sob a acusação de pertencer a quadrilha que comandava um esquema para a aquisição fraudulenta de ambulâncias a partir de emendas apresentadas por parlamentares.

O depoimento é a primeira providência do corregedor para encaminhar as investigações preliminares em torno da suposta participação de três senadores no esquema dos sanguessugas. Além de Suassuna, estão sendo investigados o senador Magno Malta (PL-ES) e a senadora Serys Slhesarenko (PT-MT). Os três fazem parte do rol de parlamentares investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas.

Em sua defesa, Ney Suassuna tem declarado que nada sabe da atuação de Carvalho, demitido pelo senador logo após a publicação das denúncias de que recebeu dinheiro da Planam. Suassuna anunciou ainda que está processando seu ex-colaborador, assim como o sócio-proprietário da Planam Luiz Antonio Trevisan Vedoin, autor das denúncias. A Planam é a principal empresa, de um grupo de 20, que coordenava a máfia.

- Estou surpreso. Não sabia da relação dele com o esquema -declarou Suassuna.

Tuma já adiantou que no caso de Serys será ouvido primeiramente o genro da senadora, Paulo Roberto, em cuja conta teriam sido depositados recursos provenientes da Planam. No caso de Magno Malta, será ouvido de início o deputado federal licenciado Lino Rossi (PP-MT), que teria emprestado ao senador um carro pertencente à "máfia das ambulâncias", e solicitada à Polícia Federal investigação sobre a compra do carro e o empréstimo ao senador. Suassuna, Serys e Magno Malta já entregaram documentos a Tuma, mas o corregedor quer ouvir primeiro pessoas ligadas a eles.

- É necessário desvendar a estrutura da quadrilha - disse corregedor do Senado, na terça-feira, em entrevista coletiva.

Ele fez questão de não prejulgar os senadores. De acordo com Tuma, somente se foremencontrados indícios fortes ou provas materiais de crimes ou quebra de decoro,o Conselho de Ética do Senado será acionado com pedidos para abertura de processo contra os senadores.

02/08/2006

Agência Senado


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