Conselho de Ética e corregedor ouvem nesta quinta ex-diretora do Prodasen e assessor de Arruda
A convocação da ex-diretora foi decidida pelo Conselho de Ética no início da noite desta quarta-feira (dia 18). Já o assessor foi convocado separadamente pelo corregedor do Senado, encarregado de auxiliar o trabalho do conselho. Regina Célia Borges informou à comissão do Senado que investigou se o painel era vulnerável ter determinado a retirada da lista de votações a pedido do senador José Roberto Arruda. O senador, líder do governo no Senado, teria dito à ex-diretora que pedia a lista em nome do então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), conforme depoimento da própria Regina Célia.
O Conselho de Ética decidiu ainda acelerar seus trabalhos e, para tanto, fará reuniões às terças, quintas e sextas. O seu presidente, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), observou que o Senado tem que apresentar resultados rapidamente em suas investigações sobre a violação do painel, "pois o país inteiro espera isso". Não haverá reuniões às quartas, quando as votações do plenário do Senado costumam se prolongar.
Ainda nesta quarta, o Conselho de Ética convocou para depoimentos, ainda sem data definida, outros quatro funcionários do Senado que atuaram no episódio. São eles Ivar Alves Ferreira, Heitor Ledur, Hermilo Gomes da Nóbrega e Sebastião Gazola.
O fonetiscista Ricardo Molina apresentou na mesma reunião a nova degravação da fita que a revista IstoÉ recebeu do procurador da República Luiz Francisco de Souza. A fita registrou uma conversa entre o senador Antonio Carlos Magalhães e três procuradores da República, no início de fevereiro. Molina revelou novas frases tiradas da fita, sendo a mais polêmica atribuída ao ex-presidente do Senado. Nela, conforme a nova degravação, realizada com técnicas diferentes, Antonio Carlos diz: "Lemos a lista. A Heloísa votou nele". Trata-se de uma referência à lista com os votos da sessão secreta e à senadora Heloísa Helena (PT-AL).
18/04/2001
Agência Senado
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