Tuma quer acareação entre integrantes da 'máfia das ambulâncias'



O corregedor do Senado, senador Romeu Tuma (PFL-SP), defendeu nesta quinta-feira (3), depois de ouvir o depoimento de Luiz Antônio Trevisan Vedoin, na Polícia Federal, uma acareação entre o empresário e a ex-funcionária do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino.

Luiz Antônio, um dos donos da Planam, é apontado como um dos principais responsáveis pela montagem do esquema de venda de ambulâncias a preços superfaturados para prefeituras. O pagamento dos veículos era feito com recursos do orçamento da União, liberados por meio de emendas de parlamentares envolvidos na fraude. Maria da Penha, que já foi funcionária da Planam, é apontada como intermediária da "máfia das ambulâncias" no órgão.

Para Tuma, a acareação é necessária porque há divergências entre o depoimento dos dois membros da quadrilha. Luiz Antônio teria afirmado também, em seu depoimento, segundo o senador, que algumas declarações de Maria da Penha não tinham fundamento.

- Ele (Vedoin) disse que a Planam não teve nada a ver com a infiltração de Maria da Penha no Ministério - informou Tuma.

Senadores

Em entrevista na Superintendência da Polícia Federal, Tuma declarou ainda que Luiz Antônio confirmou a participação de assessores do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) no esquema. O empresário teria afirmado que Suassuna havia enviado ofícios a ministérios a respeito de emendas de sua autoria liberando recursos para a compra de ambulâncias.

Quanto à denúncia de que um genro da senadora Serys Slhassarenko (PT-MT) teria recebido comissão por uma emenda que a parlamentar teria feito para a compra de ambulâncias, Tuma disse que Vedoin confirmou o pagamento de R$ 35 mil e ainda sugeriu a quebra de sigilo bancário do genro da senadora para se comprovar o recebimento do dinheiro.

- É preciso investigar as ligações desse dinheiro com a senadora e saber quem recebeu, em nome de quem e por quê - afirmou Tuma.

O corregedor do Senado afirmou ainda que está requerendo à CPI a degravação completa dos depoimentos referentes à investigação que a corregedoria está iniciando a respeito do envolvimento dos senadores, porque a primeiros depoimentos enviados a ele estão fragmentados.

Também membro da Comissão Parlamentar Mista dos Sanguessugas, Tuma explicou que ainda não abriu processo formal de investigação contra os senadores porque optou por ouvir primeiro os assessores e as testemunhas dos três acusados (além de Serys eSuassuna, o senador Magno Malta [PL-ES] também foi notificado).

03/08/2006

Agência Senado


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