Tuma abre investigação contra três senadores acusados de participação na "máfia das ambulâncias"
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), informou nesta terça-feira (1º), em entrevista à imprensa, que vai abrir uma investigação contra os três senadores acusados de participação na "máfia das ambulâncias": Ney Suassuna (PMDB-PB) Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES). Integrante da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, que investiga o uso irregular de recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias com preços superfaturados, Tuma salientou, no entanto, que a abertura de investigação contra os parlamentares não indica, neste momento, que os três já têm comprovada a participação no esquema de fraudes.
- É preciso investigar para ver se são responsáveis - enfatizou Tuma, ao afirmar que primeiro serão ouvidos os funcionários dos gabinetes parlamentares dos três acusados, para somente depois serem ouvidos os senadores.
Para determinar a abertura de investigação, Tuma explicou ainda que a Corregedoria baseou-se em documentação recebida da CPI Mista com os depoimentos que envolviam os senadores e nos inquéritos abertos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
- Quando o STF determina a abertura de inquérito, é porque já houve prática de crime - esclareceu o corregedor.
Ministros
Autor de um requerimento para que a CPI ouça, em audiência pública, os três ex-ministros da Saúde citados nos depoimentos do grupo que vendia as ambulâncias por meio de liberação de emendas ao Orçamento da União, Tuma acredita que a oitiva de Humberto Costa, José Saraiva Felipe e José Serra é importante para esclarecer como era o processo de liberação dos recursos.
-É importante ouvir todos os ministros que participaram da liberação dessas emendas desde quando começou a montagem do esquema da Planam (empresa apontada como organizadora do esquema). É preciso que eles indiquem o caminho das pedras - destacou Tuma, ao lembrar que cabe à CPI decidir se os citará como indiciados ou apenas testemunhas, para ajudar nos trabalhos da comissão.
Na entrevista, Tuma salientou que está sendo informado sobre o andamento dos trabalhos da CPI Mista pela imprensa, porque, mesmo sendo membro do colegiado, não está sendo consultado sobre as decisões tomadas.
- Há três ou quatro membros da CPI que estão decidindo tudo - reclamou.
01/08/2006
Agência Senado
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