Tuma quer incorporar farmácias na luta contra a hipertensão



As cerca de 55 mil farmácias e drogarias existentes em todo o país poderão passar a dispor de servidores treinados para medir a pressão arterial dos seus usuários. Com essa proposta, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) pretende contribuir para diminuir o número de vítimas fatais - cerca de 300 mil ao ano - de derrame e infarto. A matéria, que modifica a Lei nº 5.991, será analisada em caráter terminativo pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

- Decidimos contribuir para que as metas de controle da hipertensão arterial no Brasil, estabelecidas pelo Sistema Único de Saúde, sejam efetivamente atingidas, trazendo à cena os estabelecimentos farmacêuticos e drogarias - diz a justificação do projeto.

De acordo com Tuma, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 30% dos óbitos no território nacional. É de se ressaltar, segundo ele, que as causas externas e o câncer, que são, respectivamente, a segunda e a terceira causa de óbito no país, somam 13% das mortes, e, juntas correspondem a menos da metade do total daquelas provocadas por patologias cardiovasculares.

Diante da gravidade desse quadro - informa o senador -, o Ministério da Saúde, conjuntamente com as sociedades de cardiologia, hipertensão, nefrologia, diabetes e secretarias estaduais e municipais de Saúde, implantou o plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus, no primeiro semestre deste ano.

Esse programa, conforme o autor da proposta, capacitará 15 mil profissionais de saúde (médicos e paramédicos) que exercerão o papel de multiplicadores e atuarão nas 7.500 Unidades Básicas de Saúde dos 226 municípios brasileiros com população superior a 100 mil habitantes.

Tuma também destaca que, durante o 23º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, realizado este ano em Campos do Jordão, foi apresentado um estudo sobre as doenças cardiovasculares no Brasil. Nesse trabalho, conforme Tuma, constatou-se um aumento do número de casos de infarto do miocárdio entre adultos jovens - faixa etária de 30 a 39 anos -, de ambos os sexos, tendo por causa a hipertensão arterial mal controlada.

Tuma argumenta que sua iniciativa está em conformidade com as diretrizes do Órgão Gestor Municipal do Sistema Único de Saúde, auxiliando o SUS, subsidiariamente, na prevenção e no controle da hipertensão arterial.



09/09/2002

Agência Senado


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