Tuma quer mais recursos para o combate ao crime
O senador Romeu Tuma (PFL-SP) disse esta terça-feira (3) que tão logo o Senado retome seu ritmo normal de trabalho, a partir das eleições de outubro próximo, vai desencadear um movimento entre os parlamentares no Congresso em busca de mais recursos orçamentários em 2003 para o combate ao crime organizado.
Suplente na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), Tuma defende maiores investimentos na Polícia Federal, de modo a dotá-la de condições para exercer um combate permanente à criminalidade, principalmente ao narcotráfico.
A proposta orçamentária para 2003, enviada pelo Executivo ao Congresso, prevê uma aplicação de R$ 4,23 bilhões na área de Defesa e Segurança, contra os R$ 4,7 bilhões previstos para o orçamento vigente (uma queda de 10%).
Romeu Tuma concorda que se dê grande prioridade aos investimentos nas áreas de educação e saúde, principalmente no que se refere ao ensino fundamental, pois o crescente número de criminosos, segundo observou, ocorre devido ao abandono em que se encontram crianças e jovens das periferias dos grandes centros.
- Quando investimos mais em educação para a primeira idade nós estamos automaticamente tirando a possibilidade de renovação dos quadros da marginalidade. As crianças e jovens que vivem em comunidades praticamente comandadas pelos marginais têm de ter opções de estudo e de trabalho para que não fiquem à mercê dos bandidos. Sem assistência do setor público, esses jovens acabam ficando disponíveis para a renovação dos quadros do crime organizado. Na medida em que formos investindo mais e mais na área de educação e na criação de oportunidades de trabalho, naturalmente nós estaremos enfraquecendo a matriz de onde os marginais tiram pessoas para os seus quadros - disse.
Esse investimento na educação e na saúde, contudo, segundo Tuma, responde a médio e longo prazo. No curto prazo, ele explica, é preciso combater vigorosamente o crime organizado, porque -o bandido não vai deixar de roubar, de assaltar, de estuprar, de matar e de seqüestrar por conta de apelos ou porque mudamos as políticas de governo-.
Para um combate eficaz ao crime que já está nas ruas, segundo o senador, é necessário contar com uma polícia equipada e fortalecida. Atualmente, observou, há um espaço muito grande de tolerância com a marginalidade que vem crescendo e se organizando, fundando até partidos políticos dentro das cadeias e abrindo um confronto com a autoridade pública. -Para reverter essa situação temos de investir muito nas polícias-, defendeu.
03/09/2002
Agência Senado
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