Tuma repudia agressões a moradores de rua



“Como paulista, venho a esta tribuna envergonhado, por ver registradas mais de 16 agressões a pauladas a moradores da rua, sendo que alguns deles vieram a falecer, o que nos traz profunda amargura como pessoa humana e como cristãos que somos”. Com essa frase, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) iniciou, nesta quinta-feira (26), discurso em que repudiou o assassinato de desabrigados em São Paulo. Tuma defendeu a definição de crime hediondo para o assassinado dos mendigos e disse que chegou a hora de o Congresso reagir e exigir das autoridades o rigoroso cumprimento da lei.

O senador lembrou que, há 42 anos, “alguns monstros resolveram fazer uma odiosa limpeza étnica, despejando no Rio Guandu os corpos de mendigos seqüestrados no antigo estado da Guanabara e mortos não se sabe em razão do quê”. -  É uma coisa profundamente amarga. Em vez de terem a sensibilidade de recolhê-los e assisti-los, preferiram a eliminação. Jamais  poderíamos imaginar que tal sanha homicida viria a se manifestar na minha cidade, com um ímpeto de violência que incrementa o sentimento de repúdio - salientou. Tuma registrou que, entre as madrugadas dos últimos dias 19 e 22, houve 15 ataques a marretadas na cabeça contra moradores de rua, seis dos quais morreram com o crânio esfacelado. O senador defendeu uma investigação rápida e profunda para que se defina a autoria dos crimes e se evite “a repetição dessa estupidez”. Segundo Tuma, pistas não faltam e as mais consistentes apontam para os mesmos grupos de intolerância já identificados em casos de agressão contra homossexuais, trabalhadores e moradores de rua ocorridos em fevereiro de 2000 e em dezembro de 2003. - Desde os anos 80, existem gangues partidárias daquela ideologia (neonazista) formadas por homens com mais de 16 anos. O movimento dividiu-se em duas facções, os chamados “carecas” e os “white-powers” ou “naziskins”. Seus alvos principais são os homossexuais, os negros, os judeus, os nordestinos e os estrangeiros - disse. Na avaliação de Tuma, a polícia de São Paulo possui todas as condições para desvendar a atual série de atentados e pode, para isso, utilizar o banco de dados do extinto Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância).   Em aparte, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) criticou a falta de políticas públicas e sociais para atendimento aos mais necessitados. Ao retomar a palavra, emocionado, Tuma disse quem trabalhou 50 anos na polícia e conhece o sofrimento dos moradores de rua. E condenou a disputa política em cima de um cadáver – “quem não soma, subtrai”, observou.   

26/08/2004

Agência Senado


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