Túnel da Ciência estimula a cultura científica no Brasil



A exposição Túnel da Ciência Max Planck, inaugurada na quarta-feira (29), no Shopping Frei Caneca (SP), pode incitar, nos jovens, o gosto pela cultura científica. Ao mesmo tempo, contribui para aprofundar as relações no campo da ciência e tecnologia (C&T) entre o Brasil e a Alemanha, país onde foi criada.

Pertencente à Sociedade Max Planck de pesquisa científica, o Túnel da Ciência integra a temporada Brasil-Alemanha (2013-2014) e chega à capital paulista acompanhado de uma série de palestras no campo científico-cultural. A visitação é gratuita e termina no dia 21 de fevereiro.

“Temos, no País, a cultura de música, de cinema, de esportes, mas não temos a cultura científica, que é muito recente e ainda incipiente. Fizemos o esforço de trazer este empreendimento para estimular o avanço da ciência no Brasil”, ressaltou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, na cerimônia de inauguração.

O MCTI fez parceria com a Sociedade Max Planck para a instalação da mostra, que também recebeu apoio e patrocínio de uma série de entidades públicas e empresas privadas dos dois países.

“Desejamos despertar o interesse dos jovens pelas ciências exatas, que na escola são vistas como disciplinas difíceis. A exposição oferecerá muitas visões importantes sobre a humanidade”, frisou o cônsul geral da Alemanha, Friedrich Dauble.

Terceira geração

Iniciada em 2000, a exposição já passou por mais de 20 países e foi vista por nove milhões de pessoas. A versão que chega a São Paulo foi exibida primeiramente em São Petersburgo e Moscou (Rússia) e depois seguirá para a China.

O transporte até o Brasil mobilizou quatro contêineres, 28 toneladas de equipamentos, 2.024 itens, além de dez técnicos alemães e oito brasileiros para a montagem no sexto andar do Shopping Frei Caneca.

O Túnel da Ciência é composto por oito módulos interativos, que abrangem temas como “sistemas complexos” (funcionamento do coração, voo de pássaros em bando, congestionamentos de carros); “saúde”; “sociedade”; “energia; e “cérebro”, além de dispositivos como a medição de precipitação nos oceanos e projeções de aquecimento global até 2014 e para as próximas décadas.

Cada uma dessas estações possui painéis luminosos, vídeos e interação com o usuário por meio de Ipods oferecidos logo na entrada aos visitantes.

A orientação no interior dos módulos fica a cargo de 32 monitores, alunos de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), também parceira do projeto. Os guias foram escolhidos em meio a uma disputa que atraiu mais de 300 inscritos, como ressaltou a reitora da Unifesp, Soraya Soubhi Smaili. Eles receberam treinamento de técnicos do Max Planck e do MCTI.

“É uma experiência incrível trabalhar com um instituto como o Max Planck e poder colocá-la no currículo quando se tem menos de 20 anos”, exaltou, com um indisfarçável sorriso de realização, o monitor Ian Lardo, de 18 anos, estudante de Administração.

Prêmios Nobel

O Max Planck, fundado em 1948, já é detentor de 17 prêmios Nobel e publica mais de 15 mil artigos por ano, o que o coloca como segundo instituto de pesquisa com mais publicações no mundo, atrás apenas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Possui 82 departamentos, 25 mil funcionários, orçamento de 1,5 bilhão de euros e desenvolve 4,5 mil projetos e parcerias com cientistas de mais de 120 nacionalidades.

“A excelência é o critério para escolhermos os nossos cientistas. Queremos aprimorar e melhorar a cooperação global. Que mais pessoas venham trabalhar conosco na Alemanha”, ressaltou o cientista Erwin Neher, Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1991, por causa de suas pesquisas referentes à função dos canais iônicos nas células, feitos em parceria com o cientista Bert Sakman.

Com esse discurso, Neher reforçou um tema que foi comum entre os que participaram da abertura: aprofundar os laços científicos já existentes entre Brasil e Alemanha, com uma aproximação cada vez maior entre estudiosos dos dois lados do Atlântico. O cientista lembrou que, na área de química, pesquisadores alemães e brasileiros desenvolveram uma torre de observação em Manaus, visando identificar possíveis impactos do aquecimento global, como no caso das erosões.

Longa data

A torre, como lembraram os presentes ao evento, é mais um desdobramento da relação iniciada em meados do século 20 com a chegada dos primeiros imigrantes alemães às terras brasileiras. Parceria que se solidificou com a instalação de mais de mil empresas alemãs no País.

“A Alemanha é parceiro tradicional do Brasil na área industrial e científica e essa relação queremos ampliar cada vez mais”, ressaltou Raupp, ao lembrar que o país europeu é o segundo que mais recebe estudantes por meio do programa Ciência Sem Fronteiras (CsF), atrás apenas dos Estados Unidos.

Também participaram da solenidade o vice-presidente da Sociedade Max Planck, Stefan Marcinowski, o presidente do BDI Brazil Board, Stefan Zoller, o secretário municipal de Educação, Cesar Callegari, o secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do MCTI, Oswaldo Duarte Filho, entre outros.

Mais informações: www.tuneldaciencia.com.br 

Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação



30/01/2014 15:18


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