TV SENADO REVELA AS PAIXÕES DE ARTUR DA TÁVOLA



Os olhos brilham ao falar de música, de Brahms e Ravel, dos programas radiofônicos que cria e apresenta nas rádios Senado, MEC e Tupi. A sedução pela música está evidente nas expressões faciais, nos gestos e nas histórias que ele, o escritor, comunicador e senador Artur da Távola relata ao jornalista Fernando César Mesquita, em entrevista que vai ao ar neste fim de semana na TV Senado.Com dezoito livros publicados, o cronista, contista, poeta e ensaísta Artur da Távola diz ter leitores fiéis, apesar de suas obras não serem sucesso comercial. A exceção é o livro Do Amor - Ensaio de Enigma, que vendeu 40 mil exemplares.Sobre seu tema predileto, tem pelo menos quatro livros publicados: 40 anos de Bossa Nova, Vozes do Rio - que fala de compositores cariocas famosos, como Dolores Duran e Jacob do Bandolim -, Maurice Ravel, e Centenário da Morte de Brahms, que trata da vida e obra do compositor clássico com quem Távola revela ter mais afinidade. Aliás, para o senador não existe obra boa ou ruim, e ninguém com autoridade para julgar as produções musicais. O ideal, ele recomenda, é "aprender a gostar além do próprio gosto", ampliando a sensibilidade.Nessa linha, Artur da Távola aprecia tanto a música erudita quanto a popular. Descobriu o gosto pelas duas tendências na infância. Pela primeira, com o pai, e pela segunda, com a empregada da família, revela. Hoje, cria e apresenta programas de música clássica e de música popular brasileira, além da crônica musical que abre as madrugadas na Rádio Tupi, do Rio de Janeiro.A "cidade maravilhosa" é outra paixão, que inspirou o livro Rio: Um Olhar de Amor. Fugindo do modelo "exportação", a obra mostra o interior da cidade e seus recantos, como pequenas praças de amendoeiras e "o melhor cachorro quente da cidade, na Marechal Hermes", destaca Távola.Outro assunto de interesse do senador é a comunicação, tema que domina na teoria e na prática. Sobre o assunto, escreveu os livros Comunicação é Mito, A Telenovela Brasileira e O Ator, que tem prefácio da atriz Fernanda Montenegro.Na entrevista, Artur da Távola também lê um de seus poemas, fala de seus quatro livros sobre futebol e relembra a década de 50, os chamados "Anos de Ouro". Conta, ainda, sua atuação política em 1964, quando era um deputado estadual de oposição, e afirma: "A literatura não atrapalha a política, mas a política, às vezes, prejudica a literatura".O programa vai ao ar neste sábado (30) e domingo (31), às 11h e às 17h.

28/01/1999

Agência Senado


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