União também defende a criação de conselhos municipais antidrogas



Representante do governo federal no seminário pela Valorização da Vida e Combate ao Uso de Drogas diz que tratar o problema na base da repressão ou da recuperação e não tratar da prevenção primária seria o mesmo que “enxugar o chão com a torneira aberta”.

A criação de conselhos municipais antidrogas, uma das propostas da Subcomissão da Assembléia para solucionar o problema no Rio Grande do Sul, também é apontada como uma possível estratégia em nível nacional. Esta foi a alternativa apresentada pelo general Alberto Cardoso, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Atualmente, apenas 10% dos municípios brasileiros têm conselhos municipais para tratar do problema das drogas.

O general Cardoso falou há pouco no Seminário pela Valorização da Vida e combate ao Uso de Drogas, que está acontecendo no Auditório Dante Barone. Ele apresentou o painel Prevenção Primária do Uso de Drogas, ou seja, o trabalho realizado para evitar o primeiro contato com entorpecentes. Para o general, tratar o problema na base da repressão ou da recuperação e não tratar da prevenção primária seria o mesmo que “enxugar o chão com a torneira aberta”.

A integração das ações sociais govenamentais nos níveis federal estadual e municipal e de instituições não-governamentais também foi apontada pelo ministro como fundamental para a prevenção. Segundo ele, é preciso dar um foco a essas ações, no sentido de preencher os vazios existentes nas vidas de crianças e adolescentes. A avaliação dos valores da sociedade também se faz necessária para o general Cardoso, principalmente porque o comportamento de crianças e jovens costumam basear-se nas atitudes dos adultos.

O Seminário pela Valorização da Vida e Combate ao Uso de Drogas está se realizando, desde o início da tarde, no auditório Dante Barone.

Consciência da sociedade

Na abertura, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Zambiasi (PTB), ressaltou a necessidade de unir ações para formar a consciência da sociedade, pois o problema das drogas não é um caso apenas de polícia, mas é de educação, de família, de política e de Estado. Zambiasi também lembrou que a Assembléia Legislativa irá percorrer o interior do Rio Grande do Sul debatendo com todas as regiões alternativas para o problema no estado.

Também falaram na abertura do evento o procurador-geral de Justiça, Cláudio Barros Silva, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, José Eugênio Tedesco, o chefe da Casa Civil adjunto, Gustavo de Mello, representando o governo do Estado e a relatora da Subcomissão Antidrogas, deputada Iara Wortmann (PPS), que anunciou os objetivos e as ações da Subcomissão.

Desafio à cidadania

O coordenador estadual de DST/Aids da Secretaria Estadual de Saúde, Sérgio D’Ávila, apresentou a política de Educação Preventiva, Atenção Integral ao Usuário de Drogas e Repressão ao tráfico, do governo federal.

Em nome da Comissão Multidisciplinar do governo do Estado, D’Ávila apresentou o painel Uso de Drogas: Um Desafio à Cidadania. Foram apresentados os objetivos gerais, os eixos adotados e as ações em planejamento pela Comissão, composta pelas secretarias estaduais de Saúde, Educação, Justiça, Trabalho, Cultura e Administração.

Na seqüência, o juiz de direito Luis Felipe Paim Fernandes falou sobre justiça terapêutica e sobre as ações do Tribunal de Justiça do Estado no tratamento de usuários de entorpecentes sujeitos a processos civis.

03/11/2002


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