Valadares diz que Fernando Henrique foi desrespeitoso ao dizer que Dilma é um boneco e Lula é seu ventriloquo
"Talvez levado pela emoção de uma prévia eleitoral, o presidente Fernando Henrique Cardoso saiu das estribeiras, saiu do normal: perdeu num determinado instante a tranqüilidade que sempre transpareceu ao longo da sua carreira política, principalmente respeitando os seus adversários". A avaliação foi feita pelo senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que classificou como "falta de respeito" a comparação feita pelo ex-presidente de que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, é "um boneco", e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o seu ventríloquo.
O senador por Sergipe disse que não esperava tal comportamento de Fernando Henrique. Antonio Carlos Valadares levantou a hipótese de o ex-presidente ter feito essa "agressão intempestiva" a uma adversária política por não querer comparar o seu governo com o atual. Porém, Valadares insistiu que as comparações são instrumentos democráticos e devem ser praticadas para que as administrações possam ser aperfeiçoadas.
- O fato de o presidente Lula ou a ministra Dilma ou qualquer um de nós estabelecer comparativos entre o governo passado e o atual não significa nenhum desdoiro. Antes pelo contrário: quando fazemos um comparativo estamos também ajudando o adversário naquilo que atacamos como erro cometido no passado - afirmou Antonio Carlos Valadares.
Um exemplo citado por Valadares de um suposto erro cometido pelo governo Fernando Henrique Cardoso foi o incentivo à aprovação da reeleição. O senador opinou que foi uma atitude equivocada de FHC empunhar a bandeira de sua própria recondução ao mandato e, para obter êxito na sua empreitada, utilizar "todos os meios possíveis e imagináveis".
Antonio Carlos Valadares também fez algumas comparações. Ele lembrou que no governo Fernando Henrique Cardoso a credibilidade no país caiu a níveis preocupantes e as reservas em moeda estrangeira chegaram a aproximadamente US$ 30 bilhões. Agora, no governo Lula, segundo o senador por Sergipe as reservas chegaram a US$ 240 bilhões.
- As taxas de juros no Brasil teriam ido para a estratosfera no seu governo, passado de 22% para 34% ou 35%. Não foi no governo do presidente Lula, foi no dele. Isto é, o Brasil, no governo passado, foi o campeão de juros do mundo inteiro, empunhou a bandeira da quebra de empresas que passaram a encontrar dificuldades no mercado para tomar empréstimos. Em comparação, hoje, as facilidades de crédito são tremendas no BNDES, no Banco do Brasil, no Banco do Nordeste - comparou Valadares.
08/02/2010
Agência Senado
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