Arthur Virgílio: resultado econômico de Lula se deve à política de Fernando Henrique
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), sustentou da tribuna que os bons números da economia nos três primeiros meses festejados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva são resultado da política econômica implantada pelo governo Fernando Henrique Cardoso. Ele disse que vê no governo Lula -muito ufanismo- em relação à economia e uma política social -e um programa Fome Zero até agora pífio-.
- A partir de agora, os erros e acertos do governo serão creditados ao presidente Lula. Ele precisa descer do palanque - disse.
Arthur Virgílio sustentou que, -apesar da propaganda, a verdade é que o Brasil está parado-, informando que uma construtora do Amazonas, que vendia por mês até R$ 4 milhões, no mês passado conseguiu negociar apenas um apartamento de R$ 200 mil.
O líder do PSDB disse que o superávit da balança comercial nos primeiros meses pode desaparecer -se o Brasil voltar a crescer-. Com o crescimento, os brasileiros irão consumir parte da produção hoje destinada ao mercado externo e ainda haverá aumento das importações, anulando o superávit.
- Essa é a perversa armadilha colocada nas mãos do presidente Lula - afirmou.
Arthur Virgílio criticou o reajuste real do salário mínimo -de apenas 1,98%- e disse que o presidente Lula terá de oferecer -aumentos reais acima de 20% ao ano-, nos próximos três anos, para que seja cumprida a promessa de campanha de dobrar o poder de compra do salário mínimo.
A atitude do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, conforme o líder do PSDB, traz preocupação. Ele lamentou que Rossetto, conforme disse, -seja tão dúbio em relação ao direito de propriedade-. Para ele, o presidente Lula precisa ser claro em relação ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a seu ver uma entidade que pode acabar como os zapatistas do México, que pegaram em armas na tentativa de uma revolução.
- A partir de agora, o PSDB cobrará cada promessa da campanha de Lula. Nos cem dias, o presidente tem resultados louváveis na área econômica, porque o ministro Palocci executou uma política conservadora, a nossa ver excessivamente conservadora. Mas o governo está paralisado no social e no administrativo - resumiu Arthur Virgílio.
08/04/2003
Agência Senado
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