Valadares lamenta resistências ao acordo ortográfico



O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) ressaltou, nesta terça-feira (17), a importância do acordo ortográfico para a maior difusão da língua portuguesa no mundo. Mas lamentou que resistências ao acordo em alguns países estejam dificultando a sua implementação.

Formalmente, as novas regras ortográficas estão em vigor em sete dos oito países onde se fala o Português (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe), faltando a decisão do Timor Leste. E embora o período entre 2009 e 2012 seja considerado de transição, as reservas com relação às mudanças por parte de setores de Portugal, segundo informa a própria imprensa daquele país, incomodam os defensores do acordo.

Valadares citou artigo publicado do professor Arnaldo Niskier, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), publicado recentemente no jornal Folha de S. Paulo, "chamando ao bom-senso" e apelando para a enorme vantagem de um idioma grafado uniformemente, como é o caso do Inglês e do Francês.

Portugal, por exemplo, não abre mão de escrever "António", com acento agudo - como se pronuncia lá - e Angola exige que palavras como quitanda sejam escritas com "k".

- Por causa de minúcias desse tipo é que o acordo, costurado pacientemente por quase vinte anos, ainda não está sendo inteiramente aplicado, o que é um absurdo. Enquanto tais divergências continuarem, não seremos vistos pela comunidade internacional como uma única língua que somos - advertiu Valadares.

O entendimento de Arnaldo Niskier, disse Valadares, é de que "uns poucos jornais de Portugal" estão estimulando uma "guerra de palavras". O senador salientou que os Ministérios da Educação, da Cultura e de Relações Exteriores estão empenhados em implementar a nova norma e prometeu lutar no Senado pela mesma diretriz.



17/03/2009

Agência Senado


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