Valadares saúda fim da greve nas universidades e atribui ao governo a duração do movimento



O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) saudou o final da greve dos professores das universidades públicas, que, depois de 100 dias de paralisação, obtiveram um reajuste entre 12% e 13% do salário-base e devem voltar ao trabalho na próxima segunda-feira (03). Para o senador, o fato de o movimento ter durado mais de três meses poderia ter sido evitado se o governo não tivesse sido intransigente.

Valadares disse que a intransigência do Ministério da Educação resultou em prejuízos ao ano letivo dos estudantes das escolas federais, à realização do vestibular para milhares de candidatos e, principalmente, à pesquisa realizada pelas instituições universitárias. Essas pesquisas, segundo o senador, deveriam receber todos os estímulos das autoridades, porque é por meio delas que o Brasil poderá credenciar-se para colocar seus produtos no mercado internacional, em condições de competir com a indústria dos países desenvolvidos.

Valadares fez um apelo ao presidente da República para que não volte a fazer uma " infeliz avaliação" sobre os professores, como o fez na última terça-feira. Na ocasião, registrou o senador, Fernando Henrique afirmou que os pesquisadores que não conseguiam produzir tornavam-se professores.

Para Valadares, além de ser "infeliz", pois desqualifica um setor imprescindível para qualquer projeto de desenvolvimento nacional, a declaração do presidente da República representa uma contradição, uma vez que ele próprio é professor.

O senador ressaltou que, em vez de promover os meios para o desenvolvimento das pesquisas e, conseqüentemente, da indústria nacional, Fernando Henrique trata os professores de maneira inadequada e, por outro lado, retira subsídios aos produtos nacionais e impõe uma taxa de juros absurda, responsável pela quebra de inúmeras micro, pequenas e médias empresas em todo o Brasil.

O senador denunciou que o governador Albano Franco, de Sergipe, está entre aqueles que estão antecipando 30% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias. Desse modo, disse, "antes da mercadoria chegar às lojas, o governo já assalta o bolso do contribuinte". Por essa razão, segundo Valadares, muitas empresas estão saindo de Sergipe para abrirem suas empresas na Bahia ou em Alagoas, onde essa prática não foi adotada.

29/11/2001

Agência Senado


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