Valdir Raupp comemora lançamento de fundo para financiar combate ao desmatamento



O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) comemorou nesta quinta-feira (14) a notícia do lançamento, por parte do Banco Mundial (Bird), de um fundo destinado a financiar projetos-piloto de combate ao desmatamento. A medida incluiu a preservação das florestas tropicais na lista de itens elegíveis para a venda de crédito de carbono.

- Ecologistas estimam que a conservação da Mata Atlântica e da Amazônia poderia render algo em torno de US$ 160 bilhões em crédito de carbono. Os nossos índios também poderiam se beneficiar da venda de créditos de carbono, pois possuem enormes florestas ainda intocadas. Além disso, poderiam se beneficiar os parques nacionais, reservas biológicas e extrativistas - assinalou.

Raupp disse que, desde que foi criado o mercado de créditos de carbono após o Protocolo de Kyoto, sempre houve uma subutilização de seus recursos por parte do Brasil. Ele observou que, diante da capacidade técnica e de obtenção de recursos renováveis, o país tem amplas condições de se beneficiar mais do comércio mundial dos mecanismos de desenvolvimento limpo.

O senador lembrou que num determinado momento da história brasileira, sucessivos governos incentivaram a ocupação da Amazônia e que as derrubadas das florestas e as queimadas foram importantes, mas agora se transformaram numa "chaga" e são responsáveis por cerca de 75% das emissões brasileiras de carbono na atmosfera.

- Então, o povo que lá chegou e que desmatou e que plantou e que sustentou as suas famílias e sustenta até hoje, não tem nenhuma culpa pelo desmatamento da Amazônia; cabe a nós ajudá-los a encontrar formas e mecanismos de produzir mais em menos terras, com a mecanização e com o cultivo, dando condições também de empregos nas cidades - afirmou.

Raupp disse que considera as Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs) um mecanismo interessante para diminuir o avanço do desmatamento da Amazônia e citou como exemplo o caso do estado do Amazonas, que consegue preservar 98% do seu território. Segundo o senador, isso ocorre porque lá foi implantado o pólo industrial de Manaus, que levou a população do campo para a cidade, evitando assim o desmatamento em virtude de uma menor dependência à agricultura.

O senador Augusto Botelho (PT-RR) disse, em aparte, que duas ZPEs foram criadas em Roraima quando o senador José Sarney (PMDB-AP) era presidente da República, mas ainda não foram instaladas. Botelho espera que o presidente Lula as instale.

- Uma delas, inclusive, encontra-se em uma cidade [Pacaraima] que foi omitida no laudo que definiu a região indígena de São Marcos - no laudo não falaram sobre a cidade, criando um problema. Inclusive tem uma comissão de nove Tuxauas do São Marcos com algumas propostas para apresentar ao foverno e, entre elas, está a de excluir o município de Pacaraima da área indígena, porque é lá que será instalada a ZPE. Eles já entenderam que até para eles seria uma coisa boa - acrescentou.



14/06/2007

Agência Senado


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