Valdir Raupp defende a permanência de Sarney na Presidência



Em pronunciamento nesta terça-feira (29), o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) manifestou apoio à permanência de José Sarney na Presidência do Senado, afirmando que o senador não pode ser responsabilizado pela crise que atinge a instituição.

Raupp lembrou que quando Sarney tomou conhecimento das denúncias de irregularidades no Senado determinou as providências necessárias para a punição dos responsáveis, como a redução de diretorias, a exoneração de diretores, a publicação dos gastos da instituição no portal da transparência e a solicitação à Polícia Federal para investigação dos empréstimos consignados.

- O presidente Sarney não pode ser responsabilizado por atos escusos praticados por servidores. O que se faz necessário é que os partidos políticos com assento na Casa avalizem as medidas tomadas por Sarney - disse.

Raupp também repudiou a proposta de afastamento temporário de Sarney por 60 dias. Esse prazo, segundo ele, deveria ser destinado à apuração das irregularidades.

- Não existe renúncia ou afastamento por 60 dias. Vamos esperar as apurações. E aí, se ele tiver responsabilidade, vamos pedir o afastamento definitivo - defendeu.

Em aparte, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) considerou "uma covardia" os ataques que vêm sendo feitos a Sarney em razão de irregularidades no Senado.

- A crise é administrativa e querem transformar em crise política. É uma covardia com a história desse país e um golpe de Estado que está sendo dado aqui dentro. Isso é uma democracia: aqui se ganha no voto - afirmou.

Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que o afastamento de Sarney foi defendido na semana passada pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), como forma de demonstrar sua isenção na apuração dos fatos.

- Há necessidade de esforço conjunto para apurar com rapidez as denúncias e tomar as providências necessárias, muitas das quais Sarney e a Mesa vem tomando, seja disciplina das cotas de passagem, seja a transparência da verba indenizatória e o portal da transparência - disse Suplicy.

Em resposta a Suplicy, Raupp disse que respeita Simon, observando, no entanto, que sua proposta de afastamento temporário de Sarney implicaria igualmente o afastamento de todos os 1ºs secretários da Mesa que atuaram nos períodos em que Sarney ocupou a Presidência do Senado.

- O presidente não trabalha sozinho na Mesa; é um colegiado - lembrou Raupp, acrescentando que não estava pré-julgando os ex-secretários.

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), no entanto, ponderou que a irradiação da crise para outros integrantes da Mesa favorece a perda do "equilíbrio, do bom senso e da lucidez".

Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o afastamento de Sarney da Presidência do Senado seria positivo para a imagem da instituição.



30/06/2009

Agência Senado


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