Valmir Amaral diz ter ficado surpreso com situação financeira da CEB
O senador Valmir Amaral (PMDB-DF) disse ter ficado surpreendido com matéria publicada na edição da quinta-feira passada (5) no jornal Correio Braziliense, informando que a Companhia Energética de Brasília (CEB), apesar dos aumentos nas tarifas de energia pública, parece encontrar-se em situação de -endividamento explosivo-. Esta é a conclusão a qual o jornal chegou, a partir de declarações de fiscais da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que visitaram a companhia.
De acordo com o Correio Braziliense, entre 2000 e 2001 a dívida de curto prazo (com vencimento em até um ano) da CEB aumentou 79,65%, saltando de R$ 167,1 milhões para R$ 300,2 milhões. Já a dívida com vencimento superior a um ano pulou, no mesmo período, de R$ 82,6 milhões para R$ 306,2 milhões, o que representa um aumento de 270%.
- Diante de números tão surpreendentes aos quais a CEB teria chegado em tão pouco tempo, os fiscais da Aneel não poderiam ter chegado a outras conclusões. A primeira foi que tal evolução do endividamento pode comprometer a liquidez da empresa. A segunda, foi que pode haver algo de errado com as contas da empresa - afirmou Valmir Amaral.
A própria matéria publicada pelo jornal, segundo o senador, cita declaração do superintendente de fiscalização econômica e financeira da Aneel, Romeu Rufino, de que foram identificadas informações que merecem uma análise mais aprofundada. Auditores e analistas do mercado de capitais ouvidos pelo Correio também examinaram as contas da CEB e detectaram algumas irregularidades, como o lançamento de despesas como ativos - estratégia que infla artificialmente o lucro, permitindo maior distribuição de dividendos.
O senador pelo Distrito Federal disse que vem acompanhando com interesse toda notícia que diz respeito à CEB. Ele lembrou que este ano apresentou requerimento de informações à companhia, a respeito da autorização da Aneel para aumento nas tarifas de energia.
- Me espanta muito que uma empresa que vem sendo agraciada com aumento substancial de tarifas venha sofrendo deterioração acentuada, em tão pouco tempo, de sua saúde financeira - disse o senador.
10/09/2002
Agência Senado
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