Valter Pereira oferece ao Rio sugestões para o combate à dengue



Em 2007, o estado de Mato Grosso do Sul foi o recordista em casos de dengue no país: 70 mil casos, sendo 45 mil só na capital, Campo Grande. Entre as vítimas, estava o senador Valter Pereira (PMDB-MS), que nesta quinta-feira (27) relembrou da tribuna do Plenário as dores sofridas por causa da doença, mas enviou às autoridades do estado e da cidade do Rio de Janeiro sugestões de medidas que reverteram o quadro da dengue em Mato Grosso do Sul.

Usando como exemplo o município de Três Lagoas, localizado no extremo leste do estado, o parlamentar disse que as autoridades de saúde utilizaram três métodos para combater o mosquito aedes aegipty, transmissor da dengue: a placa Mosquitrap para a captura do mosquito, conhecida como "armadilha mineira", por ter sido desenvolvida na Universidade Federal de Minas Gerais; um produto orgânico para matar larvas (biolarvicida) criado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); e o tradicional inseticida conhecido como "fumacê".

A "armadilha mineira", distribuída em massa à população, teve o duplo papel de retirar mosquitos de circulação e indicar as áreas infestadas, contribuindo para o melhor gerenciamento das ações sanitárias. O biolarvicida foi utilizado para eliminar os focos do aedes aegipty dentro de residências e nos bueiros, por oferecer menos riscos à saúde humana e ao meio ambiente. O "fumacê" complementou os dois primeiros métodos, principalmente em ruas e terrenos baldios.

De acordo com o relato do senador, a administração da prefeita Simone Tebet (PMDB) enfrentou um duro teste, já que a cidade é bem servida de lagoas, locais propícios ao surgimento de mosquitos. Uma das estratégias mais bem-sucedidas da prefeita foi o a pressão para que os donos de terrenos desocupados limpassem aquelas áreas. A Câmara de Vereadores chegou a aprovar uma lei severa, com base na qual foram punidos mais de 400 proprietários omissos. Além disso, de novembro para cá foram removidas mais de 75 toneladas de pneus velhos.

- Três Lagoas venceu o mosquito e a doença - comemorou Valter Pereira.

O senador acrescentou que de 3,5 mil vítimas no ano passado, média de 292 casos por mês, os registros de dengue caíram a seis casos em 2008, média de dois casos por mês, sendo que em março não houve nenhuma notificação.

Jogo de empurra

No entender do senador, além das estratégias sanitárias inovadoras, outro aspecto importante da política de combate à doença em Três Lagoas foi a cooperação com os governos estadual e federal. No Rio de Janeiro, o senador observa um "empurra-empurra" entre as autoridades para se chegar aos responsáveis por uma epidemia que já vitimou 30 mil pessoas.

- Ao invés de procurar o mosquito, o que mais se procura lá é um culpado pelos estragos que ele está fazendo - disse o senador, criticando o fato de as autoridades municipais culparem a União e o estado e estes devolverem as acusações ao município.



27/03/2008

Agência Senado


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