Vazio para controle da ferrugem asiática da soja começa em 1º de julho



Produtores não poderão manter plantas vivas da cultura por 90 dias

Começa em 1º de julho e segue até 30 de setembro o vazio para controle da ferrugem asiática da soja nas lavouras paulistas. Isso significa que, a exemplo dos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Minas Gerais, por 90 dias os produtores não poderão manter plantas vivas da cultura nessas localidades. Mato Grosso e Paraná iniciaram o vazio em 15 de junho. No Maranhão e na Bahia, o período será de 15 de agosto a 15 de outubro.

Paranaenses e baianos são estreantes. Em São Paulo, este é o segundo ano da prática. A avaliação é positiva. “O ano foi menos propício à doença devido ao clima quente e um pouco mais seco em novembro e dezembro, mas a implantação do vazio, sem dúvida, ajudou a segurar uma eventual propagação do fungo”, disse o presidente da Comissão de Combate à Ferrugem Asiática da Soja da Secretaria de Agricultura e Abastecimento paulista, Cristiano Geller.

O vazio, em São Paulo, foi estabelecido pela Resolução SAA - 9, de 15 de março de 2007. A ferrugem asiática é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que se prolifera em épocas de temperaturas amenas e bastante molhamento do solo. “A condição ideal para sobrevivência são temperaturas médias de 12 a 28 graus para sobrevivência e propagação. Em condições de campo, o fungo sobrevive por até 60 dias. Com o vazio, temos mais 30 dias de segurança”, explica Geller.

A época normal de plantio da soja é entre outubro e novembro, mas produtores que possuem sistemas de irrigação antecipam a atividade. Caso esporos da ferrugem surjam, eles contaminam a soja plantada no período normal quando esta começa a se desenvolver, em momento de maior suscetibilidade.

“Com todo mundo plantando na mesma época, as plantas todas com mesma ‘idade’, diminui a possibilidade de ocorrência da doença. O produtor acaba se beneficiando, porque são necessárias menos aplicações de fungicidas”, afirma Geller.

Quem não obedecer ao vazio estará sujeito ao pagamento de multas. A punição é estipulada por decreto (nº 51.958, de 4 de julho de 2007). Cabe à Coordenadoria de Defesa Agropecuária da Secretaria (CDA) fiscalizar e punir os produtores que não cumprirem o período do vazio.

Dentre as obrigações impostas ao produtor está a de comunicar à vigilância sanitária a ocorrência da doença e cumprir rigorosamente as determinações feitas durante as fiscalizações.

O produto no Estado 

Segundo dados do Instituto de Economia Agrícola, ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria (IEA/Apta/SAA), a área de soja em São Paulo atingiu 489 mil hectares em 2007, com produção de 21,1 milhões de sacas de 60 quilos e valor da produção de quase R$ 661 milhões, o que a coloca entre os dez principais produtos paulistas.

A região do Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de Assis, que engloba 16 municípios, é a maior produtora de soja do Estado (133,5 mil hectares na safra 2006/07, com produção de 5,3 milhões de sacas). O valor da produção totalizou R$ 166 milhões.

Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento

C.C. 



06/25/2008


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