Vetos à LDO ficam para a próxima sessão com ordem do dia



Com a retirada do quórum da sessão plenária de ontem, foi interrompida a apreciação do veto do Executivo aposto a 15 emendas parlamentares incorporadas ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mecanismo que prepara as bases para a elaboração do orçamento do Estado para o ano que vem. A LDO recebeu, neste ano, 127 emendas, sistematizadas pelo relator,deputado Adilson Troca (PSDB), a partir das 234 apresentadas originalmente. A votação deve ser retomada na próxima sessão plenária.

O deputado Elvino Bohn Gass (PT), através de questão de ordem, sugeriu nova reunião de líderes, ainda para esta tarde, para a definição de data para votar os projetos que dispõem sobre o plano de carreira da Polícia Civil (PLs 205 e 214/2002), pedido que será analisado pela Mesa Diretora.

Para vetar as 15 emendas à LDO, o governador alegou que elas limitam iniciativas que são competência privativa do Executivo, conforme estabelece a Constituição do Estado. Segundo as razões do veto, as emendas dispõem de temas que se referem à gestão financeira, administrativa e orçamentária, provocando "o engessamento da receita e o aumento da despesa pública".

Debate
Antes da interrupção da ordem do dia, os deputados debataram as razões do Executivo para vetar as 15 emendas.

O deputado Adilson Troca (PSDB), que foi relator da LDO, lembrou todo o trabalho desenvolvido na elaboração do relatório que escolheu as emendas que foram aprovadas pela unanimidade do plenário, e pediu que os parlamentares rejeitem o veto do governador.

O deputado Bernardo de Souza (PSB) comentou na tribuna que todas as emendas apresentadas ao projeto orçamentário foram aprovadas por unanimidade pelo Legislativo e vetadas pelo governo. Disse que sua bancada está concentrada em sete pedidos de destaque referentes a sete emendas e garantiu que votará a favor dos destaques.

O deputado Adolfo Brito (PPB) afirmou na tribuna que não abre mão do índice de 2,5% de recursos para a agricultura e apelou aos deputados para que o setor não fique abandonado na previsão orçamentária da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Ele entende que o governador que assumir no próximo ano deverá assumir a responsabilidade de cumprir esta meta. O pepebista entende que esta é a oportunidade de derrubar o veto do Executivo e manter para o orçamento do ano que vem uma verba de 2,5% para o setor agrícola.

A deputada Cecília Hypólito (PT) disse que participou de um amplo debate que ocorreu em torno da LDO na Comissão de Finanças e Planejamento da Assembléia. Ela citou emendas que poderiam ser vetadas pelo Executivo e disse que das 94 emendas somente 15 tiveram parecer contrário do governo. Cecília Hypólito acrescentou que um índice de 2,5% da receita total do Estado para a agricultura não pode ser aprovado porque dispõe sobre os recursos que são dos municípios.

O deputado Ivar Pavan (PT), ao discutir os vetos do governador a 15 emendas ao projeto que estabelece as diretrizes orçamentárias, disse que o governo se pauta no diálogo, pois das 241 emendas, 226 foram acolhidas, 94% delas, portanto, o que mostra a valorização que o Governo dá ao Parlamento no aperfeiçoamento do projeto. Quanto às 15 emendas vetadas, justificou o veto, explicando que ou engessam o orçamento, invadem a competência do Executivo ou são inconstitucionais e, portanto, não aperfeiçoam a proposta.



09/11/2002


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