Vieira diz que BM deixa de atender população para cuidar da Febem



O relator da CPI da Segurança Pública, deputado Vieira da Cunha (PDT), afirmou ontem que a presença da BM na Febem demonstra a carência da instituição para atender suas finalidades com recursos próprios. Para Vieira da Cunha, essa é uma tarefa que a instituição tem repassado à BM, que assim deixa de atender a população do Rio Grande do Sul com o policiamento ostensivo de 70 brigadianos que estão em evidente desvio de função. " A medida se justificaria temporária e extraordinariamente , o que não é o caso, já que a presença da BM no CJA vai completar dois anos, tempo suficiente para o recrutamento e treinamento de pessoal próprio especializado da Febem para o exercício de tais funções", disse o relator. Ex-comandante - O coronel Roberto Ludwig, ex-comandante da Brigada Militar no governo Olívio Dutra , que também prestou depoimento à CPI, disse que desde 1995 se preparava para assumir o comando da corporação a convite do PT. Nomeado em 1º de janeiro e exonerado em 4 de maio de 2000, Ludwig atribui sua saída a "divergências conceituais" com o secretário de Justiça e Segurança, José Paulo Bisol. Confirmou seu depoimento na Justiça Militar onde denuncia que houve ingerências da SJS no Comando da BM, inclusive em nomeações para cargos ligados à área da segurança. Ludwig revelou aos deputados que foram poucas as reuniões de cúpula da área de segurança com o secretário José Paulo Bisol, mas atribuiu esse aspecto a uma "questão de estilo". A respeito do efetivo da BM, que era de 25 mil homens quando assumiu, disse que durante os 16 meses em que ocupou o cargo não houve alteração porque o governo enfrentava dificuldades financeiras. O coronel elogiou as últimas medidas do atual governo que concederam 222% de risco de vida e horas extras para a área da segurança. Para o relator da CPI, o depoimento deixou evidenciado um processo de fritura política do ex-comandante pela cúpula da Secretaria de Segurança. " Se trabalhando juntos e integrados, a tarefa de dar segurança à população já e complexa, quando secretário, comandante da Brigada e chefe de Polícia não se entendem, como ocorreu durante um ano e quatro meses no governo Olívio, o resultado não poderia ser outro: a pasta tornou-se inadministrável, com sérios prejuízos à comunidade", criticou Vieira da Cunha.


08/14/2001


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