Virgílio pede a Dirceu que apresente denúncias contra PSDB para provar supostas irregularidades
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) pediu nesta sexta-feira (19) ao ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu, que torne públicas as irregularidades, sobre as quais teria tomado conhecimento, atribuídas a integrantes do PSDB, segundo nota publicada pela revista Veja. Somente dessa forma, argumentou o senador, Dirceu estaria contribuindo para a punição dos possíveis culpados.
- O ministro José Dirceu está desafiado a vir dizer quem é no PSDB que não se compõe com a boa ética. Ou ele está sendo leviano, e estamos atentos à possibilidade de divulgação de falsos dossiês Cayman, ou está prevaricando. Esse é o pacto do silêncio que cabe à máfia siciliana, não ao Brasil de hoje - afirmou Virgílio.
Segundo o senador, não é o PSDB que "namora o perigo", como teria dito Dirceu. Mas sim o próprio ministro, que indicou para a sua assessoria Waldomiro Diniz, acusado de intermediar a renovação de contrato da Caixa Econômica Federal com a empresa norte-americana Gtech. Ele disse que o governo não pode ter "duas caras" em relação ao PSDB, pedindo de um lado apoio em votações do Congresso Nacional e, de outro, fazendo "acusações veladas" pela imprensa.
Virgílio questionou ainda os motivos que teriam levado diretores da Gtech a viajar para os Estados Unidos, sob o pretexto de que teriam a segurança pessoal ameaçada no Brasil. "De que eles têm medo?", perguntou o senador, ao lembrar que, segundo a imprensa, Waldomiro teria indicado Rogério Buratti - afastado da prefeitura de Ribeirão Preto (SP) pelo então prefeito e atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci - para negociar a renovação do contrato com a Gtech.
O senador leu, em Plenário, declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicada nesta sexta-feira (19), segundo a qual o crescimento da economia seria irreversível até 2006. Ele observou que o ano de 2005 poderá marcar a alta dos juros americanos, tornando mais escassos os capitais externos, e que, segundo levantamento feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as empresas brasileiras têm baixa propensão a investir.
- O governo não cria ambiente propício ao investimento e só sabe se livrar das dificuldades com promessas - acusou Virgílio.
19/03/2004
Agência Senado
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