Virgílo critica "desgoverno"
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) leu nesta sexta-feira (26), em Plenário, títulos e trechos de dezenas de reportagens publicadas na imprensa demonstrando o que Virgílio considera "o desgoverno" pelo qual passaria o país.
- E não tem nenhum partido atiçando isso. Contra Fernando Henrique havia o PT. Agora é o povo mesmo - advertiu.
O tema mais recorrente nas reportagens foi o aumento da gasolina e do diesel, anunciado nesta semana. Problemas com os sem-terra e manifestações contra o governo realizadas na frente do Congresso Nacional também apareceram na coletânea do senador oposicionista.
- Faço uma crônica do desgoverno pelo qual o país passa. Por que o governo quer ter maioria no Congresso se não tem projeto para indicar a essa maioria? - questionou.
Virgílio criticou especialmente declaração atribuída ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicada no Estado de S. Paulo, segundo a qual "Lula se queixa da indiferença do povo". Virgílio considera o povo generoso ao ser indiferente. "O povo deveria estar mais atento ao desgoverno que vai sendo perpetrado nesse país", observou.
Virgílio acredita que "a única coisa que anda com começo meio e fim" neste governo é a tentativa do governo Lula de se reeleger. "O resto está parado", disse o senador. Arthur Virgílio encerrou o discurso repetindo declarações atribuídas ao presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, segundo as quais "o governo não está governando e o presidente não tem mais desculpas a dar". O senador pediu a Lula que governe.
Em aparte, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) leu reportagem do jornal Valor Econômico mostrando o quanto a Petrobras perdeu com a demora em reajustar o preço dos combustíveis por aumento causado por crise internacional. Dias considerou a postura eleitoreira - o aumento do preço foi adiado para depois das eleições municipais.
Também em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) afirmou que o PT chegou ao poder pensando em transformar o país em Cuba e que o Senado foi um foco de resistência. Mão Santa também disse que uma imagem vale por mil palavras: no plenário, nesta sexta-feira, "não há ninguém do PT" para defender o governo.
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26/11/2004
Agência Senado
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