Visita de Köhler coincide com presidência alemã da UE



O cargo ocupado pelo presidente alemão Horst Köhler - recebido nesta quinta-feira (8) pelo presidente do Senado, Renan Calheiros - é simbólico. Assim como simbólica pode ser interpretada a sua presença no Brasil no momento em que a Alemanha ocupa a presidência da União Européia e que o Velho Continente se prepara para comemorar os 50 anos de seu processo de integração política e econômica.

O presidente é o chefe de Estado da República Federal da Alemanha. Ele é eleito para um mandato de cinco anos pela Assembléia Nacional, um órgão constitucional que se reúne exclusivamente para essa finalidade e é composto de deputados federais e de delegados das Assembléias Legislativas. É ele quem indica ao Parlamento alemão um candidato ao cargo de chanceler federal (primeiro-ministro) - atualmente ocupado por Angela Merkel.

Em nome da federação alemã, o presidente celebra tratados e acordos com outros países. É o representante simbólico de uma nação de 82,5 milhões de habitantes que se reunificou em 1990 e está no coração do processo de integração da Europa - faz fronteira com nada menos de oito outros países europeus. Neste primeiro semestre de 2007, comanda uma União Européia que consolida a expansão ao Leste e celebra meio século do início do processo de integração continental.

Ao apresentar seus planos para a presidência do bloco no Parlamento Europeu, em janeiro, Angela Merkel ressaltou seu compromisso com a aprovação de uma Constituição Européia, um documento político - rejeitado por dois países, em referendo - que pretende ser a base de uma nova etapa do processo de integração. A seu ver, a União Européia corre o risco de um "fracasso histórico" se não aprovar rapidamente a sua Constituição.

Entre as principais metas de política externa anunciadas pela chanceler, está o aprofundamento das "relações transatlânticas" com os Estados Unidos. Ela defende uma sólida aliança entre a Europa e a maior potência econômica e militar do planeta. Propõe ainda uma aproximação com a Rússia e a reativação do processo de paz no Oriente Médio.

Em artigo sobre a presidência alemã, publicado na revista Deutschland, o ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, defende a negociação de um acordo com a China, a "parceria estratégica" com a Índia e o aprofundamento das relações com a América Latina e o Caribe. Prevê, inclusive, a conclusão ainda em 2007 de um acordo de associação da União Européia com o Mercosul.

07/03/2007

Agência Senado


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