Votação de destaques do Código Florestal foi marcada por impasse



A votação de destaques ao projeto do novo Código Florestal (PLC 30/2011), nesta quarta-feira (9), foi marcada por um impasse. O senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) informou que havia um entendimento prévio sobre o que seria aprovado e rejeitado nesta quarta-feira, mas o entendimento não se confirmou durante a votação, fazendo com que alguns destaques fossem retirados pelos seus autores.

VEJA MAIS

Luiz Henrique apresentou voto favorável a duas emendas do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) e a uma do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Mas, durante a votação pelos membros da Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT), vários senadores votaram contra os três destaques. Houve, então, pedido de verificação dos votos e, em seguida, Valadares e Rollemberg decidiram retirar suas emendas, para reapresentá-las novamente na Comissão de Meio Ambiente (CMA), onde o projeto ainda terá de tramitar.

- Os senadores Jorge Viana [relator da matéria na CMA] e Luiz Henrique [relator na CRA e na CCT] informaram a esta comissão que havia um entendimento para aprovar esses três itens, mas agora verifico que tal entendimento não está sendo cumprido - protestou o presidente da CCT, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), durante a reunião.

Cadastramento

Uma das emendas de Valadares prevê a possibilidade de uma única prorrogação de prazo para que os produtores rurais se inscrevam no cadastro de regularização; a outra condiciona a suspensão de multas por desmatamento ilegal à adesão ao Programa de Regularização Ambiental.

- Os dois itens que apresentei têm o objetivo de evitar que haja uma anistia infinita, pois isso é muito grave. Mas sei que minhas emendas enfrentam resistência nesta comissão - declarou Valadares.

Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) discordou de Valadares, afirmando que "não se trata de anistia infinita, não". Com argumentos semelhantes ao de Kátia Abreu, o senador Blairo Maggi (PR-MT) disse que "o prazo de um ano para que todos os produtores rurais se apresentem ao cadastro não é suficiente, mesmo com um ano de prorrogação".

Já a emenda de Rollemberg pretende deixar explícito que a desobrigação de recomposição de reserva legal, nos casos de propriedades de até quatro módulos fiscais, só é válida para as propriedades que tinham quatro módulos em 22 de julho de 2008.

- Se não for assim, o que vai acontecer é que a pessoa com oito módulos fiscais vai dividir seu terreno em dois de quatro módulos. E aí ninguém vai fazer reserva legal neste país - declarou Rollemberg.

Kátia Abreu disse que "a intenção dessa emenda é boa", mas argumentou que, da forma como está escrito, o destaque beneficia apenas a agricultura familiar. A mesma opinião foi apresentada pelo senador Waldemir Moka (PMDB-MS), para quem a emenda "inclui apenas as pequenas propriedades com características de agricultura familiar". Sobre essa questão, Eduardo Braga afirmou que Kátia Abreu e Waldemir Moka "têm certa razão, porque o acordo tratava do limite de até quatro módulos, e não previa que se beneficiasse apenas a agricultura familiar". Eduardo Braga avaliou, no entanto, que o resultado das votações na CCT "ficou aquém do esperado".

Na terça-feira (8), as divergências quanto ao projeto do novo Código Florestal ficaram evidentes quando Kátia Abreu e Marinor Brito (PSOL-PA) discordaram quanto às medidas de proteção ambiental a serem aprovadas. 



09/11/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Impasse na votação de destaques do Código Florestal

Votação do Código Florestal é um dos destaques do biênio, diz Rollemberg

Possibilidade de novo adiamento da votação do relatório do Código Florestal gera impasse

Adiada para amanhã votação dos destaques ao relatório do Código Florestal

Parlamentares priorizam 32 destaques à MP do Código Florestal

Rollemberg apresenta três destaques ao projeto de Código Florestal