Voto de Paulo Souto indica falhas de relatório de Saturnino
Além de indicar falhas nos procedimentos adotados pelas investigações preliminares no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, como a ausência do direito a ampla defesa dos acusados, Souto apontou outros erros e omissões no relatório de Saturnino, como a seleção direcionada dos trechos dos depoimentos prestados naquele colegiado.
Souto diz que Saturnino deixou de utilizar, por exemplo, declarações da ex-diretora do Prodasen Regina Célia Peres Borges, dizendo que não recebeu do senador Antonio Carlos qualquer ordem para violar o painel de votação do Senado. Ele também destaca que o relator relevou o fato de tanto Arruda quanto Antonio Carlos não terem sido informados sobre os procedimentos utilizados para a obtenção da lista de votação.
Na opinião de Souto, este e outros argumentos, apresentados pelo próprio Antonio Carlos, seriam fundamentais para a formação do juízo de valor por parte dos membros do conselho no que diz respeito à questão da culpabilidade do ato de violação e poderiam mostrar que a participação de Arruda e de Antonio Carlos no episódio não sustentam uma proposta de perda de mandato.
- Essa matéria é política quanto ao mérito, mas não quanto às formalidades a serem observadas - criticou Souto ao citar decisões do Supremo Tribunal Federal que reconhecem o direito do réu ao princípio da proporcionalidade, o que quer dizer que a penalidade deve ser proporcional ao ilícito praticado.
- Se o fato imputado for tratado com a sanção máxima, que pena imputar ao parlamentar que praticasse peculato ou crime hediondo? Situações iguais, tratamento igual, situações diferentes, tratamentos diferentes - ponderou o senador.
23/05/2001
Agência Senado
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