Walter Pinheiro vê novo aumento da taxa de juros como 'macroprecaução'
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) disse nesta terça-feira (26) que a elevação da taxa de juros em 0,25%, conforme decisão do Conselho de Política Monetária (Copom) na semana passada, poderia ser classificada como "macroprecaução" para conter a ameaça inflacionária. Ele parabenizou a equipe econômica pelo esforço no combate à alta dos preços.
- O Copom surpreendeu o mercado, que contava com uma taxa maior, principalmente para engordar as motivações especulativas. Ainda que acusando o golpe, o mercado recolheu-se ao silêncio na esperança de dias melhores para o ganho fácil do chamado investimento financeiro - afirmou o senador.
Segundo Pinheiro, parte da mídia tomou as dores do mercado financeiro. Ele assinalou que, "em uníssono", editoriais e comentaristas "carimbados como a serviço dos interesses dos especuladores" dedicaram-se a criticar o Banco Central apontando o reajuste da Selic como sinal de "frouxidão da autoridade monetária" no combate à inflação.
O senador disse que setores da imprensa pretenderam ser "mais realistas que o rei" e reivindicaram uma taxa de juros ainda maior do que a vigente hoje, de 12%, mesmo com uma tradição de crítica aos altos juros praticados no Brasil.
- Ao que parece, estamos diante de uma conspiração em marcha para minar nossas conquistas econômicas. A desenfreada emissão de dólares pelo governo dos Estados Unidos, resultando numa imensa liquidez que provocou elevação de preços além das nossas fronteiras; uma fragilidade já à beira da quebra de importantes economias européias; as guerras no Oriente Médio e no norte da África a pressionar os preços do petróleo, nada disso é levado em consideração por aqueles que combatem a condução da política econômica do governo da presidenta Dilma Rousseff - afirmou.
Para Walter Pinheiro, a equipe econômica do governo Dilma não pode ser acusada de leniência, pois já é a terceira vez consecutiva, em quatro meses, que o Banco Central aumenta a taxa básica de juros. Ele observou que o foco do mercado são alguns milhares de clientes que vivem da especulação financeira. Já a autoridade monetária, ressaltou, é responsável pelo equilíbrio de uma economia que envolve a segurança econômica de toda a população brasileira.
26/04/2011
Agência Senado
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