Wellington Dias acredita em rápida solução para dívidas de agricultores nordestinos



Pode sair em pouco tempo uma solução para mínis e pequenos agricultores nordestinos que, afetados pela estiagem dos últimos anos, estão sem meios para pagar dívidas de financiamentos à produção. Em Plenário, nesta sexta-feira (25), o senador Wellington Dias (PT-PI) informou sobre o andamento das negociações sobre o assunto com o governo.

O objetivo é enquadrar os mínis e pequenos produtores nas mesmas regras de negociação garantidas aos beneficiários do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). Para isso, haverá a necessidade de mudar o texto da lei gerada a partir da Medida Provisória (MP 610/2013) que tratou de ações emergenciais para socorrer os municípios do Nordeste atingidos pela seca.

Wellington explicou que o texto da Lei 12.249/2010, ao ser modificado pela MP 610/2013, criou um obstáculo ao atendimento daqueles produtores. É que o texto cita apenas “agricultores pronafianos” ou da “agricultura familiar – Pronaf". Dessa forma, os benefícios ficaram limitados aos contratos gerados a partir de 2003, quando foi criado o programa, apesar da semelhança do perfil dos produtores dos contratos anteriores.

- O que estamos apresentando é a necessidade de uma correção nesta legislação – observou.

O senador afirmou que o diálogo envolve a presidente Dilma Rousseff, a quem um grupo de parlamentares pediu apoio também para os produtores que ficaram de fora da norma. Na quinta-feira (23), o mesmo grupo tratou do assunto com as as ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e das relações institucionais, Ideli Salvatti. Além dele, estavam ainda o senador Humberto Costa (PT-PE) e o deputado federal Rogério Carvalho (PT-SE).

- O interesse da presidenta Dilma – e isso é claro no diálogo com ela – é de atender todos, todos os agricultores que estão prejudicados em razão de eventos naturais, como é o caso da seca – disse ele, confiante na solução.

Suspensão de cobrança

De fora da renegociação, explicou Wellington, as dívidas daqueles agricultores serão judicialmente executadas pelos bancos credores, como o Banco do Nordeste e o Banco do Brasil. Assim, cerca de 90 mil famílias estão correndo o risco de perder suas pequenas propriedades. Por isso, há outro pleito para a suspensão das execuções, com prazo pelo menos até o fim desse ano para a adesão ao pacote de renegociação, o mesmo tempo dado no caso do Pronaf.

- Porque, senão, fica que nem lei de papagaio: dá com o pé, mas toma com o bico – observou.

Como lembrou o senador, no caso do Pronaf, a MP 610/2013 definiu diferentes faixas de benefícios para os agricultores. Para contratos de até 35 mil, haverá desconto de até 85% e carência, até 2016, para o início do pagamento do restante. Na faixa entre R$ 35 mil e R$ 100 mil, o desconto vai até 75%, com carência até 2015. Financiamentos fora do semiárido contarão com descontos de até 65%, além de carência estendida a 2015. Acima de R$ 100 mil, sem abatimento, há suspensão dos pagamentos até 2015.

Como forma de tornar mais ágil a solução para esse segundo grupo de agricultores nordestinos, Wellington explicou ainda que está sendo avaliada a inclusão da proposta em exame, como emenda, em texto de uma medida provisória já em tramitação no Congresso.



24/05/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Wellington Dias defende renegociação de dívidas de pequenos agricultores

Senadores pedem tratamento especial para dívidas de agricultores nordestinos

Eunício Oliveira defende anistia para dívidas de agricultores nordestinos

Renan Calheiros: renegociação de dívidas de agricultores nordestinos já é lei

Renan comemora renegociação das dívidas dos agricultores nordestinos

Senado aprova renegociação de dívidas de agricultores nordestinos