Zambiasi destaca contrastes do Brasil



O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Zambiasi, definiu hoje a independência do Brasil como um símbolo da conquista da autonomia política e administrativa do país. No discurso proferido hoje, às 15h, na abertura da Sessão Solene em homenagem ao episódio ocorrido em 7 de setembro de 1822, Zambiasi ponderou que "é indispensável que à democracia política correspondam a democracia econômica e a democracia social". Abordando as desigualdades sociais flagrantes no cenário nacional, Zambiasi lembrou que, junto a uma nação moderna e potencialmente rica, situada entre as dez principais forças produtivas do mundo convive outra, nivelada aos povos mais atrasados da Terra. "Que estranha República é esta, em que as mansões dos bairros aristocráticos são lindeiras de aglomerados subumanos, nos quais a fome é endêmica e perpetuam-se a doença, a violência, a promiscuidade, a desesperança?", indagou o presidente. De todos os grandes trunfos como povo, destacou, nenhum outro excede à consolidação da democracia política, hoje realidade incontestável. Porém, acrescentou Zambiasi, é preciso fazer muito mais do que garantir a plena normalidade constitucional e as liberdades individuais e coletivas. Neste aspecto, lembrou que o Poder Legislativo gaúcho, no mês de setembro, vai realizar o Fórum Democrático das Desigualdades Regionais, com o único propósito de alterar as diferenças positivamente. Zambiasi disse que, lamentavelmente, o abismo que se alarga entre ricos e marginalizados no país, entre aqueles a quem não falta pão e aqueles que não obtêm senão migalhas, tem origem nas circunstâncias políticas, econômicas e sociais inclusiva da nossa Independência, que foi proclamada preservando-se, por exemplo, a instituição escravista. "Não fomos, no nascedouro, um país de homens livres, mas uma nação em que seres humanos ainda eram explorados duramente e reduzidos à condição de meras mercadorias", reforçou. O presidente da Assembléia disse que essas situações devem ser encaradas com determinação e coragem moral, pois não se constrói o futuro de uma sociedade sobre o movediço fundamento de injustiças históricas, cuja carga de perversidade se estende até o presente. " Não pode haver maior prioridade governamental do que a redução do fosso que separa os detentores da riqueza dos exilados de toda esperança. Não é admissível que, no Rio Grande do Sul, mais de um milhão de pessoas sobrevivam abaixo da linha da pobreza.", salientou. Ao encerrar, Zambiasi fez um apelo em defesa da ética no agir político e citou Rui Barbosa: " Todas as crises pelas quais está passando o Brasil, e que dia a dia sentimos crescer aceleradamente - a crise política, a crise econômica, a crise financeira - não vêm a ser mais do que sintomas, exteriorizações parciais, manifestações reveladoras de um estado mais profundo, de uma suprema crise, a crise moral". O discurso do presidente Zambiasi foi acompanhado por comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.

09/05/2001


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