Patrocínio critica contrastes sócio-econômicos do Brasil
Os contrastes da realidade brasileira, que revelam a existência de 50 milhões de pobres e miseráveis em um país com expressivos indicadores econômicos, motivaram protestos em Plenário, nesta sexta-feira (20), do senador Carlos Patrocínio (PTB-TO). Indignado com a -imensa- injustiça social, Patrocínio chamou atenção para a estreita relação entre disparidade de renda e violência, o que alçou a segurança ao posto de principal problema enfrentado pelos brasileiros, segundo recente pesquisa do Instituto Datafolha.
- Ser o detentor de uma das mais gritantes diferenças de renda do planeta não é troféu para nação nenhuma exibir. É, no mínimo, um dado que deveria tirar o sono de muita gente - declarou Patrocínio.
Segundo o senador, os 10% mais ricos do país têm se apropriado de cerca de 50% da renda nacional, enquanto os 40% mais pobres ficam com 10% das riquezas geradas. -A desproporção é vergonhosa!-, exclamou.
Sobre o que classificou de -intrínseca relação- entre desigualdade social e violência, Carlos Patrocínio volta à pesquisa do Datafolha para afirmar que, nos últimos seis anos, -a insegurança e o medo foram multiplicados por dez-. Se apenas 2% da população viam a segurança como o problema maior do país naquela época, 21% elegeram-na como questão principal no levantamento feito em março passado. O senador informou, ainda, que o desemprego despontou como a outra -grande aflição nacional- nessa pesquisa.
Na perspectiva de reverter a situação de pobreza e violência em algumas regiões do país, Carlos Patrocínio acredita que o crescimento econômico pode ser uma esperança, desde que seja possível distribuir esses ganhos de forma igualitária. Sua expectativa é que o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva consiga montar uma administração voltada para os mais pobres e que -instituições fortes, democráticas e justas- possibilitem e favoreçam o acesso da população a bens primordiais, pondo fim -à impunidade e aos privilégios-.
20/12/2002
Agência Senado
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