Zambiasi instala a subcomissão do Caixa Único
Zambiasi instala a subcomissão do Caixa Único
A subcomissão do Caixa Único, que vai examinar os saques efetuados pelo governo desde 1999, foi instalada ontem pelo presidente da Assembléia Legislativa, Sérgio Zambiasi (PTB). Bernardo de Souza (PPS) será o relator e afirmou que a subcomissão é um órgão coletivo onde as decisões serão tomadas de forma objetiva democrática.
O relator vai convidar especialistas que atuaram nesta área na Secretaria da Fazenda desde 1991, quando foi editado o decreto que criou o caixa único para prestar informações. O objetivo é reunir subsídios para o relatório final.
Além do relator, integram a subcomissão os deputados, Vilson Covatti (PPB), Elvino Bohn Gass (PT), Jussara Cony (PC do B), Adilson Troca (PSDB), Cézar Busatto (PPS) e Adroaldo Loureiro (PDT). A Subcomissão Mista é formada pelas comissões permanentes de Fiscalização e Controle e de Finanças e Planejamento
Ciro Gomes nega uma aproximação com PFL
Eleições
Ciro Gomes, presidenciável do PPS, negou a possibilidade de aproximação com o PFL. "É tudo especulação", disse. "Não há rigorosamente nada objetivo que justifique essa situação", afirmou ele, que esteve hoje em Joinville, Norte de Santa Catarina, participando do 15º Congresso Brasileiro de Vereadores. Apesar do presidente do PFL, Jorge Bornhausen, ter dito que o partido não cogita substituir a pré-candidata à Presidência da República Roseana Sarney, notícias de que os pefelistas estariam em busca de outro nome circularam durante todo o dia. A aliança com Ciro Gomes seria uma possibilidade, caso o PSDB insista na candidatura do senador José Serra, mas seguidores do ex-ministro da Saúde dizem que tal situação não passa de um blefe.
Ciro Gomes relembra sua trajetória política para se esquivar das indagações sobre a possível parceria: "Já vivi muito, fui ministro, governador de Estado, prefeito de uma Capital, deputado por duas vezes, ajudei a implantar o Plano Real e não posso cometer o deslize de ficar especulando sobre uma coisa que não tem absolutamente nenhum fundamento." Segundo ele, a intenção do governo com tudo isso é "arrebentar" com o PFL. O presidenciável admite alianças, mas diz que seu partido tem princípios dos quais não abre mão.
Simon só admite concorrer ao governo se Britto for candidato
O senador Pedro Simon (PMDB) soterrou, ontem, as esperanças de seus correligionários gaúchos de lançá-lo candidato ao governo do Estado, após a desistência da disputa pela pré-candidatura à presidência com o governador de Minas Gerais, Itamar Franco. "Essa hipótese não existe", comunicou, referindo-se à possibilidade de concorrer ao Palácio Piratinie a pressão feita por Cezar Schirmer e outras lideranças do PMDB gaúcho.
Simon considera que sua função no partido, agora, é trabalhar pelo surgimento de novas lideranças. "Minha responsabilidade, como mais velho e mais tradicional, é formar novos líderes. Não sou o Brizola (presidente nacional do PDT, Leonel Brizola), que é dono do partido", ressaltou.
Lembrou, ainda, que o ex-governador Antônio Britto foi lançado por ele para o governo do Estado. "E funcionou", comemorou. Segundo Simon, a única hipótese de rever a sua posição é o lançamento pelo PPS de candidato pelo qual o PMDB tenha "certa mágoa", o que para o senador mereceria uma resposta à altura.
O deputado federal Germano Rigotto deve ser o candidato do PMDB para o Executivo gaúcho, levando-se em conta o cenário político atual, declarou Simon. O senador concorda com a linha defendida pelo deputado João Osório de que o espaço seja aberto para novas lideranças. "É importante ter um nome novo, porque nunca, na história do Rio Grande, fizemos reuniões com tantas pessoas. Talvez isso seja reflexo da mágoa com a saída do Britto do partido", avaliou.
Sobre sua melhor colocação nas pesquisas de opinião no Estado, Simon foi categórico. "Não acredito em pesquisas. Elas não significam nada. É uma imoralidade que deveria ser proibida, mas este país não é sério", condenou, citando a queda da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, do segundo para o quarto lugar, enquanto o pré-candidato do governo, José Serra, subiu para a segunda posição. "Não vamos nos guiar por pesquisas", garantiu. Disse, também, que a campanha de Rigotto deve começar logo na propaganda gratuita de rádio e televisão.
PMDB rebelde aguarda renúncia de Itamar ao governo de Minas
Pedro Simon explicou que sua desistência da disputa à presidência ocorreu porque um só pré-candidato peemedebista deve ser lançado imediatamente, visando o crescimento eleitoral. "Se formos dois e esperarmos para junho, talvez seja muito tarde", analisou.
O PMDB rebelde espera que o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, confirme a intenção de concorrer, já que teria que renunciar ao cargo em abril, antes da convenção. Mas o senador está convicto no lançamento do candidato próprio. "98,5% do partido fez essa opção na última convenção, então nossa mobilização continua", afirmou.
Em relação à verticalização das alianças, declarou que é um problema para todas as siglas. "Esperamos que o STF (Supremo Tribunal Federal) reverta a decisão, já que cinco partidos entraram com recurso", concluiu.
Olívio Dutra minimiza a importância das pesquisas
O governador do Estado e pré-candidato do PT à reeleição, Olívio Dutra, declarou, ontem, que todas as tendências internas do PT estão preocupadas com a manutenção da pluralidade na composição da chapa majoritária. "Não há uma corrente que defenda a pluralidade e a diversidade e a outra não", afirmou, numa indireta ao prefeito de Porto Alegre e também pré-candidato, Tarso Genro, e seu grupo de apoiadores.
Olívio foi o palestrante da primeira reunião-almoço do ano promovida pela Federasul. Sem garantir que apoiará um nome de uma tendência mais moderada para a vaga de vice, caso vença a prévia, disse que o partido decidirá a polêmica."O vice não será uma indicação do vitorioso, como nunca foi no PT, mas será escolhido na reunião do diretório do partido, após o dia 17", comentou. Os apoiadores do governador tem maioria na executiva e no diretório estadual.
Defendendo sua pré-candidatura, lembrou as conquistas do governo relacionadas à economia, à inclusão social, à educação e ao funcionalismo público. "Queremos continuar o projeto em andamento", salientou. Acrescentou que a discussão interna sobre a administração estadual "é importante para avaliar o governo e não um momento dele".
Sobre a pesquisa de opinião divulgada pelo grupo pró-Tarso, que lhe é desfavorável, destacou que o PT ganhou muitas eleições, contrariando as previsões. "Pesquisas revelam muito pouco e não têm a importância que, interesseira ou oportunisticamente, este ou aquele setor queira dar a elas", alfinetou.
Sobre o cenário político nacional, o governador não descartou a possibilidade de aliança com o Partido Socialista Brasileiro. "O PSB é respeitado como nosso parceiro, mas a candidatura do governador Anthony Garotinho impede que combinemos forças agora", lamentou.
Guerra de notas na briga do PT da capital com o regional
Uma sucessão de notas divulgadas ontem a tarde abriu uma ferida que os petistas vinham tentando esconder da opinião pública durante o processo das prévias para a escolha do candidato ao governo. Com a divulgação de notas com críticas mútuas, os diretórios petistas regional, controlado pelos apoiadores do governador Olívio Dutra, e o da Capital, que tem maioria favorável ao prefeito Tarso Genro, estabeleceram um conflito que pode resultar num racha após a votação no próximo domingo.
O principal motivo dos atritos foi a pesquisa encomendada pelos apoiadores d e Tarso e a resolução da executiva regional proibindo a sua divulgação entre os militantes. Outro tema que fez parte do debate entre os dois diretórios foi o direito de voto, ou não, dos ex-pedetistas, questão superada pela decisão do presidente regional, David Stival, em acatar a decisão do diretório nacional que excluiu os egressos do PDT do processo.
Na segunda nota, sobre a pesquisa encomendada pelos apoiadores do prefeito Tarso Genro, a executiva municipal manifestou que a contratação e o registro de pesquisa de opinião pública que interpreta uma realidade momentanea do eleitorado não viola as regras nem a cultura política das disputas partidárias. "É absurdo, portanto, que a Executiva Estadual proíba a divulgação de seus resultados aos filiados do partido", diz a nota. Conforme a nota, "a resolução da executiva estadual caracteriza a instrumentalização de uma instância do partido por uma maioria eventual em favor de uma pré-candidatura às eleições".
Por sua vez, a nota do diretório regional, diz que "a comissão executiva é um ente coletivo, representa o partido e aprova suas decisões por maioria, através do voto livre e soberano", afirma o presidente do PT/RS. "Qualquer decisão aprovada nesta instância não traz a assinatura de qualquer tendência, corrente ou indivíduo, é a decisão coletiva e representa o partido"
Dib entrega ao MP representação criminal contra Tarso
O vereador João Dib (PPB) encaminhou ontem uma representação criminal junto à Procuradoria de Prefeitos do Ministério Público Estadual contra o prefeito Tarso Genro. O motivo da medida adotada pelo parlamentar foi a admissão de servidores para a área da Saúde, sem concurso, através de cartas-contrato.
De acordo com Dib, o Executivo, nos últimos 12 anos, vem fraudando a lei por meio desse expediente, com sucessivas renovações das cartas-contrato após o término da sua validade. "Tenho reclamado, desde 1989, sobre a contratação ilegal de oficiais de enfermagem, enfermeiros, médicos e outros profissionais de saúde."
O vereador lembrou que, durante a administração do ex-prefeito Raul Pont, foram firmadas 985 cartas-contrato e, na atual gestão, a mesma irregularidade continua sendo cometida. "A Justiça vai falar mais alto que administração petista", advertiu o parlamentar, salientando que o processo contra Pont está em fase final de apreciação na 7ª Vara Criminal.
Artigos
A farsa das pesquisas eleitorais
Edson Portilho
Desde a primeira metade do século XX tomou corpo na sociologia uma visão profundamente funcionalista da mídia, consignada nas pesquisas de opinião. O grande teórico desta sociologia, Paul Lazarfeldt, pretendia dar aos fatos sociais uma formatação matemática. Evidentemente que Lazarfeld carrega consigo uma opção política, a qual ele desconsidera como determinante na hora da escolha da estrutura, forma e conteúdo do questionário. A partir da idéia das pesquisas estruturadas em questionários, logo surgem modelos com a pretensão de quantificar graficamente os níveis de consciência das pessoas e dos grupos. Estes modelos serviriam como uma referência na determinação dos modelos de comunicação, a fim de serem aceitas as propostas de determinado produto, incluindo aí os concorrentes a cargos eletivos. Isto é, ao invés de aferir a opinião, a pesquisa determina a opinião. Assim, as pesquisas manipulam a partir de dois caminhos. O primeiro é quanto ao método da pesquisa: amostragem, filtro, conteúdo e ordem das perguntas. Na amostragem, os institutos trabalham por idade e gênero. O problema é que a consciência é mais fortemente influenciada pela posição social do indivíduo, a classe à qual pertence, do que pelo gênero ou idade. Ao optarem por este critério de amostragem em detrimento da condição econômica, os pesquisadores revelam uma visão de mundo onde as determinações econômicas são de menor importância na formação da tal opinião pública. A formulação das questões também é importante momento da constituição de uma certa ideologia que a pesquisa quer ver, pois é na pergunta que se define a resposta.
Mas a desinformação é o elemento mais importante na construção de uma opinião pública favorável à manutenção dos status. Por isso o grau de escolaridade ou, o que seria mais preciso, o hábito de leitura, não é utilizado como filtro. Os levantamentos realizados pelo Datafolha para as eleições de 1998 no Rio Grande do Sul indicavam que os eleitores de Antonio Britto e Fernando Henrique Cardoso nada sabiam sobre a crise econômica mundial ou sobre as medidas que FHC estava tomando na época, mas a sua intenção de voto ficava registrada no questionário. Com isso, os formadores de opinião passam a ser aqueles que não têm opinião nenhuma. O segundo sentido da manipulação está na divulgação dos dados. Aí reside o elemento mais sério para a manipulação das pesquisas, porque o resultado pode ser lido de várias formas, dependendo dos interesses de quem a divulga. A falsificação da opinião, com a divulgação de resultados mentirosos, acumula para a construção do resultado desejado. É por isso que na maioria das vezes as pesquisas "acertam". Simplesmente porque ao longo da campanha construíram aquele resultado, induzindo a sociedade a fazer com que o discurso hegemônico se transforme em majoritário. A nossa sorte é que a sociedade não é esse ajuntamento de números e dados, de opiniões hermeticamente fechadas, mas de homens dinâmicos diante de uma realidade dinâmica.
Colunistas
ADÃO OLIVEIRA
Doações
Caso seja comprovado que a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), participou da arrecadação de fundos para sua campanha presidencial, ela corre o risco de ser punida pela Justiça Eleitoral, podendo até mesmo tornar-se inelegível. Foi por isso, aparentemente, que o marido da governadora, Jorge Murad, assumiu toda a responsabilidade pelo R$ 1,3 milhão, em dinheiro vivo, encontrado pela Polícia Federal durante batida na empresa Lunus, de propriedade do casal. O objetivo provável de Murad foi livrar Roseana de qualquer punição.
Doações
De acordo com um ministro do STF, a eventual comprovação do envolvimento da governadora na busca de doações antes mesmo da formalização de sua candidatura poderia levá-la à perda do mandato, se ela fosse eleita. Já o PFL ficaria sujeito a uma punição financeira: ficar sem receber, em 2003, sua parte do chamado fundo partidário.
Gastos
O advogado José Eduardo Alckmin, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), esclarece que doações para campanhas só são autorizadas após o registro das candidaturas, ou seja, depois das convenções partidárias, que neste ano só serão realizadas a partir de 10 de junho. Não há na prática limite para os gastos. "O próprio candidato tem de dizer o limite que vai gastar", explica Alckmin. "A princípio, o céu é o limite." Mas, de acordo com o advogado, muitos candidatos não gostam de se apresentar como detentores de grande poder econômico, então há uma "linha comum de limites".
Avaliação
Se a demissão de Jorge Murad, marido da governadora Roseana Sarney, da secretaria do Planejamento do Maranhão era para criar um bode expiatório, a estratégia não vai funcionar. Na avaliação de alguns cientistas políticos e especialistas em marketing nessa área, nada vai salvar a candidatura Roseana enquanto não houver uma explicação convincente e completa sobre a origem do R$ 1,3 milhão encontrados na Lunus, empresa do casal, em São Luís.
Explicação
"É muito difícil de se acreditar em bode expiatório dentro de casa", avalia o cientista político e vice-presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop), Gaudêncio Torquato. "Se nos próximos dias não houver uma explicação cabal para toda aquela dinheirama, sua candidatura está condenada." Assim como ele, todos os especialistas ouvidos acham que a imagem do dinheiro sobre a mesa, mostrada à exaustão pela TV, jornais e revistas, é mais forte do que qualquer explicação até agora apresentada.
Imagem
"Nem no caso do Jader (Barbalho, ex-senador que precisou renunciar em meio ao escândalo da Sudam) houve uma imagem tão forte", compara o cientista político Rubens Figueiredo, especialista em pesquisas de opinião. Depois de coordenar uma pesquisa qualitativa sobre o caso, Figueiredo conta que o impacto foi muito grande. "Na classe média há aquele efeito sobre o pessoal que cobra honestidade dos políticos", diz Rubens. Mas o pior efeito, segundo ele, foi nas classes mais baixas. "Para esse pessoal foi uma afronta, porque 90% não ganham sequer um daqueles montes durante sua vida."
Dano
Também para o sociólogo Marcos Coimbra, diretor do instituto Vox Populi, a situação de Roseana ficou muito complicada. "Houve um sério dano para a sua imagem", considera. "Ela era alguém leve acima dos partidos e que representava uma renovação na política. De repente, ficou triste e aparece com os mesmos políticos de sempre, porque precisou se apoiar no PFL para se defender."
CARLOS BASTOS
Humberto Ruga cobra promessas de Olívio
O primeiro Tá na Mesa da Federasul contou com a participação do governador Olívio Dutra, e causou impacto o pronunciamento do presidente da entidade, Humberto Ruga. Quís saber sobre a geração de 156 mil postos de trabalho, com investimentos de R$ 850 milhões, e também sobre a criação de 100 mil vagas por meio do Programa Primeiro Emprego. Perguntou sobre a concessão de R$ 1 bilhão em financiamentos a 54 mil empresas. Sobre a política tributária disse que o atual governo se comprometeu a não criar novos impostos, mas que em três oportunidades propôs a elevação de alíquotas à Assembléia. Questionou ainda sobre a saída viável para o sistema previdenciário. Abordou o déficit orçamentário previsto para 2002 alcança os R$ 310 milhões. E declarou-se preocupado com os saques do Caixa Único que somam mais de R$ 1 bilhão e 300 milhões. Um deputado de oposição não faria pronunciamento mais contundente.
Diversas
Última
A participação do governador Olívio Dutra no Tá na Mesa da Federasul foi prstigiada com a presença de grande parte do secretariado estadual e de integrantes do primeiro escalão do governo, como o presidente do Banrisul, Tulio Zamin. O vice João Verle se fez presente como prefeito em exercício da Capital. Da oposição compareceram o presidente e candidato do PPB gaúcho ao governo, Celso Bernardi, e os deputados Valdir Andres (PPB), que representou o presidente da Assembléia, Érico Ribeiro (PPB) e Berfran Rosado (PPS)
FERNANDO ALBRECHT
Fiel escudeiro
O presidente da colenda, José Fortunati (PDT), tem a assessorá-lo o seu fiel Sancho Pança, aliás Ricardo Gothe. Gothe sofreu muito nas mãos dos xiitas do PT quando o chefe trocou de partido. Sofreu terrorismo psicológico, cobranças, ameaças e pressões várias. Por sua lealdade e competência, Fortunati deu-lhe a chefia do gabinete.
De saída
O executivo gaúcho Marcos Dvoskin, ex-RBS, está deixando a Editora Globo, acompanhado de um grupo de executivos de sua confiança. Os motivos da saída ainda permanecem obscuros. A Globo emitiu uma nota oficial confirmando a saída de Dvoskin.
A casa do Borges...
A Vitrine Gaúcha, no DC Navegantes, comemora a retomada do ano civil da cidade com show hoje de Gaúcho da Fronteira. Não só. A casa anuncia a cessão da antiga mansão da família Renner. Será denominado Espaço Cultural A.J. Renner e abrigará não só exposições e mostras como também servirá como oficina de artesanato e produtos tipicamente gaúchos. Falar no Vitrine: louve-se a comida campeira da casa, que tem Luiz Carlos Borges na proa.
...e causos do Borges
O compositor e cantor Luiz Carlos Borges conta que os artistas argentinos de todas as áreas passam por períodos muito difíceis, não só por causa da delicada situação do vizinho país, mas também porque muitos deles estão com os dólares que receberam em pagamento de shows e apresentações trancados pelo corralito. Resulta daí que artistas do primeiro time estão dando sopa a preços de banana. Borges tem contatos com este pessoal.
Dia de Finados
A cada ano o Top of Mind apresenta algumas surpresas, tais como a escolha de comentaristas de rádio e TV como sendo colunistas de jornal. Nesta edição, o restaurante mais lembrado foi o Barranco, que também ficou em segundo na categoria churrascarias. Vá lá, mas o primeirão lembrado foi a Zequinha, que finou-se há mais de quatro anos. E para o restaurante Treviso, nada?
O candidato I
Chamou atenção ontem no Tá na Mesa da Federasul o tom forte utilizado pelo presidente, Humberto Ruga. Também pudera. Ruga não está pretendendo botar o pijama. Os ruguistas
, ele incluído, andam desfechando telefonemas de prospecção para avaliar a possibilidade de reverter a eleição de Paulo Feijó. Por falar em candidato: além de Olívio, que foi o palestrante, o único candidato ao Piratini presente era Celso Bernardi, do PPB. Olívio entrou no prédio pela porta dos fundos para driblar uma manifestação dos técnicos do Tesouro.
Briga de Toto
O apetite da Caixa Econômica Federal no ramo de jogos é descomunal. Depois de forçar a barra para evitar a venda de loterias concorrentes, está criando uma loteria de números para desbancar o Toto Bola. Até o nome remete ao jogo gaúcho, Toto Legal. Os empresários do Totobola podem entrar na justiça por causa do nome praticamente igual.
Doce atentado
Assíduo usuário das empresas aéreas estranhou que de alguns tempos para cá os adoçantes servidos a bordo não sejam mais os sachês e sim o adoçante líquido. Pergunta daqui e dali, ouviu de uma comissária que o adoçante em pó foi suprimido após o fatídico 11 de setembro. É que houve passageiro abrindo a boca por achar que algum terrorista poderia botar antraz nos envelopinhos. Si non é vero, é bene trovato...
O candidato II
O senador Pedro Simon garantiu que não será candidato à sucessão de Olívio Dutra, salvo se Antônio Britto também disputar. Ou seja, Simon é candidato ao Piratini. Tem-se como certo que, em caso de segund o turno e Britto estando nele, Simon sobe o palanque do PT.
Azuizinhos na mira
O vereador Cassiá Carpes (PTB) quer saber o que é que está acontecendo com os azuizinhos da EPTC. A Comissão de Direitos Humanos e do Consumidor da colenda,presidida por ele, fará audiência pública para tratar das denúncias feitas pelos agentes de trânsito da EPTC. Cassiá garante que tem muita lingüiça embaixo deste pirão.
Histórias da cidade
Um flanelinha do Centro, que atua nas imediações do Theatro São Pedro, foi a uma garagem da Riachuelo de noite para guardar o seu fusca. Prometeu retirar o possante de manhã. De fato. Dia seguinte chegou acompanhado por policiais e algemado, porque o fusca não era dele. O guarda teve que movimentar 10 carros para tirar o fusquinha da vaga e ainda amargou um prejú de dez real , valor do pernoite não pago.
Rir para não chorar
Contabilizando 98 assaltos em fevereiro, uma média de 3,5 por dia, os ônibus de Guaíba passaram a circular com um novo cartaz bem-humorado: "Sorria, você está sendo assaltado".
Editorial
FHC E O ANALFABETISMO ECONÔMICO
O presidente Fernando Henrique Cardoso reclamou, na 43ª reunião anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento, BID, em Fortaleza, do tratamento para analfabetos que é dispensado pelos organismos multilaterais de fomento e financiamento, Banco Mundial e o Fundo Monetário, FMI. Criados como conseqüência da II Guerra Mundial, ambos têm sido motivo de críticas, especialmente na década de 90 e, agora, quando da crise da Argentina. Com efeito, na década passada a sucessão de desequilíbrios mundiais começou no México, em dezembro de 1994, chegou à Ásia, com a exuberância irracional do mercado imobiliário na Coréia do Sul, Cingapura, Tailândia e Hong Kong, incluindo o Japão. Veio a bancarrota e os bancos implicados em vultosos financiamentos no setor quebraram, estrondoso efeito dominó. Sucedeu-se a crise da Rússia, com moratória, país que hoje cresce acima da média mundial. O Brasil, que tinha boas reservas cambiais, dólares que aportaram aqui de olho nos juros, viu o capital especulativo fugir e houve a inevitável flutuação do real. Após três anos, vê-se que a medida foi acertada, comparando-se com a miragem egocêntrica e eivada de surtos de megalomania dos argentinos, que ficaram por 10 anos com um peso valendo um dólar, malgrado crônico déficit fiscal, secundado por uma privatização selvagem, sem salvaguardas e agências de regulação.
Mas, o que interessa é saber que os organismos internacionais, capitaneados pelos EUA e com o beneplácito dos europeus, realmente nos julgam analfabetos em matéria de economia. Para eles, somos displicentes, preguiçosos, desorganizados e irresponsáveis. Desdenham de nossa capacidade de gerir a própria vida e países. Convenhamos, damos muitas razões para esta concepção, errada aqui e ali e com forte viés colonialista, é verdade. Mas quem vive de pires na mão implorando dinheiro no exterior? Quem passa décadas gastando mais do que arrecada? Quem tem uma Justiça morosa, com filigranas jurídicas que fazem processos corriqueiros levarem cinco, oito ou 10 anos, facilitando a impunidade? O presidente também irritou-se com a rigidez do FMI em ajudar a Argentina. Mas, no final de 2000 um empréstimo emergencial de US$ 10 bilhões foi colocado à disposição do país vizinho, em troca de medidas de ajuste fiscal. Parte do dinheiro veio, pagaram-se contas correntes e tudo ficou igual. Igual, não, muito pior. E o Brasil? Por que não temos ainda uma fábrica nacional de automóveis, se produzimos autopeças? A Gurgel bem que tentou, mas enredou-se na própria incompetência. O Bndes, o governo do RS e o empresariado gaúcho poderiam criar uma montadora na Serra, basta vontade política. A Embraer é o exemplo acabado de que quando os brasileiros firmam propósitos, conseguem. Dois fracassos iniciais com o Veículo Lançador de Satélite, VLS - os EUA tiveram mais de uma centena de foguetes jogados fora -, fizeram com que Brasília cortasse os R$ 6 milhões que custava cada um, tirando a independência brasileira num setor de alta tecnologia no monitoramento da Amazônia e das condições do tempo. A indústria naval tem no Rio de Janeiro estaleiros que podem produzir superpetroleiros e, inclusive, porta-aviões, mas continuamos a adquirir tudo no estrangeiro, enquanto o Exército implora por R$ 400 milhões para reequipar-se, aqui no Brasil, com veículos, munição, armamentos e fardamentos. Se irrita sermos tratados feito imbecis, crianças birrentas que não sabem se comportar, sem fazer a tal de lição de casa, por certo que ainda damos motivos, cabe a nós evitá-los e progredirmos.
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03/14/2002
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