Zambiasi quer ser presidente nacional do PTB
Zambiasi quer ser presidente nacional do PTB
O deputado Sérgio Zambiasi, que concorre ao Senado, lançou-se ontem candidato à presidência nacional do PTB com a intenção de 'limpar o partido e fazê-lo retornar à sua linha ideológica de centro-esquerda'. Ele salientou que, se for eleito senador, levantará sua voz em Brasília contra os problemas que vêm ocorrendo, como a guinada à direita que o PTB sofreu nos últimos anos. 'Aqui no Estado sou uma pequena célula tentando lutar contra o que está ocorrendo. Lá vou ter autoridade para fazer duro enfrentamento', salientou. Zambiasi enfatizou que como filiado é sua obrigação ir para o confronto com o comando nacional, afirmando que o PTB perdeu o perfil de estar voltado às grandes questões sociais do país. Segundo ele, vários estados estão passando por momentos difíceis com a cúpula, liderada pelos deputados federais João Carlos Martinez e Roberto Jefferson. Por isso, acredita que muitos diretórios regionais serão seus parceiros. 'Temos compromisso com o nacionalismo e as questões que foram simplesmente abandonadas no plano nacional', disse.
Segundo Zambiasi, o fato de se lançar à liderança maior do PTB não prejudica as negociações entre os trabalhistas visando à fusão dos partidos, o que vem sendo costurado pelo presidente nacional do PDT, Leonel Brizola. O deputado argumentou que, antes de pensarem numa sigla única, é preciso que o PTB readquira a sua identidade de partido comprometido com os trabalhadores e a população mais carente. Zambiasi reforçou que a sua candidatura ao Senado não se sustenta apenas pela vontade de assumir a presidência nacional do seu partido. Assegurou que todos os seus compromissos assumidos com a população do Rio Grande do Sul serão cumpridos.
Candidatos armados contra o crime
Promessas para área incluem mais policiais, novas tecnologias, melhoria salarial e criação de secretaria
Mais efetivo nas ruas e melhoria dos salários e da capacitação dos policiais civis e militares estão entre as armas dos principais candidatos ao governo para atacar a violência no Estado. A segurança virou a principal plataforma na atual campanha. Os programas voltados ao setor também destacam investimentos em tecnologia de inteligência para aumentar a eficiência nas investigações e na solução dos crimes. Tarso Genro, da Frente Popular, e Celso Bernardi, do PPB, projetam a criação de uma secretaria exclusiva para o setor. Germano Rigotto, do PMDB, defende presídios regionais onde os presos ficariam mais próximos das famílias e, segundo ele, teriam ampliadas as chances de recuperação.
Rigotto também é favorável às colônias penais agrícolas, cuja renda da produção dos presidiários custearia o sistema. O candidato pretende fazer parcerias com o governo federal para captar mais recursos, investir nos setores de inteligência, melhorar as ações e permitir a troca de informações entre as corporações. Tarso garante que oferecerá melhores condições de trabalho e salários aos servidores, além de dotar a estrutura policial com equipamentos mais modernos para o serviço nas ruas e nas investigações. A meta é ampliar o efetivo e aumentar a presença da Brigada Militar (BM). Acrescentou que forças-tarefas deverão agir em regiões com tendência à maior incidência de criminalidade. Tarso defende a criação de polícias comunitárias para estreitar a relação com os moradores e reduzir a marginalidade.
Bernardi tem pacote com 57 medidas, entre elas mais autonomia às corporações, das quais cobrará metas e resultados com diminuição da violência ao final dos primeiros seis meses de governo. 'Chamo de contrato de gestão', definiu o candidato. Prevê reajuste salarial a cada seis meses buscando repor a inflação, concurso público para mil vagas por ano na BM com custo anual de R$ 111 milhões e formação da patrulha rural para combater crimes no campo e roubo de cargas nas estradas. Os brigadianos serão retirados dos presídios, assegurou Bernardi.
A primeira medida de Antônio Britto, da coligação Rio Grande em Primeiro Lugar, será a contratação emergencial de homens para o policiamento ostensivo. Prevê batalhões escolares montados para coibir o tráfico de drogas nas instituições de ensino. Britto pretende dar mais autonomia aos comandos da BM e da Polícia Civil. O ex-governador promete melhorias salariais e programas de capacitação. As propostas estão incluídas na chamada meta de impunidade zero.
Foscarini defende reforma imediata
Como representante da região calçadista, o deputado estadual Jair Foscarini, candidato à reeleição pelo PMDB, é defensor da reforma tributária imediata. Para ele, somente a revisão e a redução imediata dos tributos podem garantir desenvolvimento ao país. Foscarini acha que a reforma trará conseqüências imediatas à produção do Estado, especialmente na região calçadista. Foscarini lembrou que o candidato do PMDB ao governo, Germano Rigotto, além de conhecer bem o tema, pois presidiu a Comissão da Reforma Tributária, tem projeto para readequar a matriz sem aumentar impostos. O deputado afirmou que a população tem sido sensível a essa proposta.
Rigotto prega acordo sobre Alca
O candidato ao governo pela aliança União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS), Germano Rigotto, defendeu ontem a permanência dos debates do Fórum Social Mundial em Porto Alegre, salientando que, se eleito, dará apoio logístico ao evento. Em painel, ontem à tarde, na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Rigotto pregou a participação do Brasil nas negociações sobre a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), salientando que deve procurar aliados e denunciar o protecionismo de países desenvolvidos aos seus produtos, o que impossibilita condições mínimas de igualdade.
Rigotto entende que, mesmo que seja feita reforma tributária, o Brasil estará sujeito à perda de competitividade pela mudança no sistema. 'O país precisará de quatro anos de transição, no mínimo, com reforma estrutural e isso fará com que entre desprotegido em bloco como a Alca', argumentou.
Segundo Rigotto, é maléfica a dependência do Brasil ao capital estrangeiro, salientando que o país fica vulnerável a qualquer problema internacional como as crises da Argentina e do Uruguai. O candidato ressaltou também que o aumento das desiguladades traz como conseqüências mais insegurança e criminalidade.
Bohn Gass elogia relação de poderes
Elvino Bohn Gass, do PT, candidato à reeleição a deputado estadual, disse ontem que o segredo do êxito do governo Olívio Dutra na aprovação de projetos pela Assembléia está no poder de articulação da Frente Popular. Ele exaltou a relação que a bancada governista estabeleceu com as categorias de base e o Orçamento Participativo. 'Sem isso, dificilmente o governo Olívio conseguiria administrar o Estado', acentuou. Bohn Gass, que foi líder da bancada em 2001, lembrou que o governo obteve vitória com a aprovação da Universidade Estadual, o seguro agrícola, a dotação de verbas para reforma agrária e o plano de carreira dos servidores de escolas.
Bernardi enaltece o policial gaúcho
Celso Bernardi, candidato do PPB ao Palácio Piratini, disse ontem que o Estado tem o melhor quadro de policiais do país. Ele se reuniu com o presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar, coronel Cairo Bueno de Camargo. O candidato prometeu atender às três principais carências da categoria: efetivo, salário e investimento. Afirmou que uma de suas primeiras providências, se eleito, será chamar o secretário da Justiça e da Segurança, o comandante da Brigada Militar e o chefe de Polícia e dar-lhes autonomia para agirem de maneira que os bandidos estejam na cadeia. 'Garantirei segurança para quem faz segurança', acrescentou .
Agenda dos candidatos
HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
12h: Arroio do Meio. 14h30min: reunião com diretórios municipais. 18h: inauguração de comitê. 20h: Galpão Crioulo.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
8h30min: Teotônia. 12h: Nova Prata. 14h15min: Nova Bassano. 15h10min: Nova Araçá. 15h55min: Casca. 17h10min: Vila Maria. 19h: Marau.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
9h: Viamão. 14h30min: Alvorada. 20h: São Sebastião do Caí.
16 Júlio Flores (PSTU)
16h30min: São Leopoldo.
22 Aroldo Medina (PL-PSD)
9h: reunião partidária. 14h: gravações. 18h30min: Escola Técnica Senador Ernesto Dorneles. 20h: São Leopoldo.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)
MANHÃ
Capão da Canoa. Tarde: Montenegro e Novo Hamburgo.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
12h: Pelotas.
Tarso exalta significado do fórum
Tarso Genro, candidato ao Palácio Piratini pela Frente Popular, afirmou ontem que o Fórum Social Mundial é um dos movimentos culturais, políticos e sociais mais importantes do pós-guerra. A declaração foi feita no painel com os candidatos ao governo do Estado promovido pelo comitê do fórum em parceria com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Tarso ressaltou que o fórum discute as questões dos direitos respondendo à fragmentação da perversão neoliberal, propondo identidade que integra e não subjuga, além de revitalizar a inclusão social. Tarso disse ainda que o evento se tornou a expressão da cidadania. Avaliou que o fórum não pode se tornar instrumento de partidos políticos. 'O Estado deve ter cuidado para não encaixar o fórum na visão de um governo', ressaltou.
Segundo Tarso, o projeto neoliberal é uma forma de dominação. 'Hoje, os bancos centrais têm mais poderes do que os parlamentos, que representam o povo', enfatizou. Sobre a Universidade Estadual e a TVE, afirmou que as suas contribuições para a sociedade representam valores humanistas e dever com a pluralidade. 'Não podem ser só contraponto à direita', argumentou. Enfatizou ainda que a Uergs foi uma das grandes realizações do governo do PT.
Emília destaca investimento no setor primário
A senadora Emília Fernandes, do PT, avaliou ontem a atividade primária do Estado, lembrando que o atual governo foi responsável pela retomada do financiamento para a cultura de trigo. Emília falou sobre a atuação da administração Olívio Dutra durante manifestação à rádio Senado lembrando a Semana Farroupilha. A senadora disse que os gaúchos foram protagonistas de um dos episódios históricos mais marcantes do país e comparou a luta dos farrapos ao desempenho do governo, que tem enfrentado adversidades para garantir projeto administrativo que também favorece os pequenos.
Segundo Emília, o atual governo investiu R$ 26,5 milhões para o custeio e a comercialização do trigo na safra de 2001, o que motivou o crescimento de 13% da cultura em relação a 1999. Só o Banrisul, disse ela, destinou ano passado mais de R$ 500 milhões à agricultura. A senadora lembrou que o seguro agrícola, que hoje está sendo adotado pelo governo federal, beneficiou 17 mil agricultores de 133 municípios. Isso corresponde a 69% do total de inscritos para receber o benefício. Cada agricultor selecionado ganhou parcela de R$ 244,00 do total de R$ 4,2 milhões disponibilizados. Reconheceu que há muito o que fazer nessa área e lembrou a crise vivida pelos suinocultores gaúchos, responsáveis por 70% da produção que abastece o país. Emília cobrou do governo federal atuação mais firme em relação a esse assunto.
Serra começa a atacar Lula na TV
Questiona se o presidenciável do PT está preparado para governar o país e compara as propostas
O candidato da Grande Aliança (PSDB-PMDB) à Presidência, José Serra, começou ontem, no programa eleitoral da televisão, os ataques a Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Questionou se Lula teria condições de governar o Brasil. O programa de Serra se iniciou com a locutora exaltando os resultados das últimas pesquisas que consolidaram o tucano em segundo lugar e a possibilidade de disputar com Lula o 2º turno. 'Quem é o mais preparado para gerar os empregos que o país precisa: José Serra ou Luiz Inácio Lula da Silva?', completou a locutora.
O site de Serra também trouxe o questionamento. Com o texto intitulado 'Começa um dos maiores debates eleitorais da história do país', o comando da candidatura tucana buscou comparar as duas propostas de governo. Ilustrado com imagens das duas campanhas, o artigo também saúda a democracia, o povo brasileiro, Serra e até mesmo Lula. Em visita a Cuiabá, no Mato Grosso, o tucano disse que acredita ser capaz de enfrentar o PT no 2º turno. Também propôs que os dois se reúnam para discutir formas de evitar invasões em áreas particulares pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
As últimas pesquisas fizeram com que empresários industriais que buscavam alternativas para o caso de naufrágio de Serra voltassem a acreditar na candidatura. Isso foi confirmado pelo diretor de Competitividade Industrial da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Mário Bernardini. 'Os levantamentos mostram a consolidação da tendência de reversão, mas o quadro não está definido', afirmou. Serra não descartou a possibilidade de propor o diálogo com Anthony Garotinho, do PSB, e Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, para eventual composição dos partidos no 2º turno. 'Porém, antes queremos vencer a primeira etapa', ressalvou o tucano.
Ciro e Patrícia expõem seu amor
A maior parte do programa do horário eleitoral gratuito da Frente Trabalhista, na tarde de ontem, foi dedicada ao relacionamento entre Patrícia Pillar e Ciro Gomes. A mulher do presidenciável falou sobre seu amor e reafirmou que, se Ciro não fosse sério, não estaria com ele. O candidato seguiu na mesma linha romântica dizendo: 'Para mim, ela é um presente de Deus'.
Também no programa, Ciro voltou a questionar a proposta de geração de 8 milhões de empregos do adversário José Serra, do PSDB. 'Se não fizeram em oito anos, você acha que farão em quatro?', provocou. Citou ainda o respeito às diferenças, apresentando membros da comunidade negra e propostas de governo.
O presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, não foi poupado. Ciro o acusou de ter 'desertado de sua missão republicana', ao não defender ativamente o presidente nacional do PT, deputado José Dirceu, quando foi acusado de ter participado de irregularidades na Prefeitura de Santo André, em São Paulo, pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro. Lula disse que essa crítica devia ficar por conta do candidato da Frente Trabalhista e evitou entrar em conflitos.
Ciro também o atacou por ter se recusado a participar do governo do ex-presidente Itamar Franco, hoje governador de Minas Gerais, quando houve o impeachment de Fernando Collor de Mello. 'Naquela época, morreu a minha ilusão com Lula', contou. Ciro citou ainda a falta de condições do candidato do PT para administrar o país. 'Ele fez essa incrível opção de ter como sua primeira experiência administrativa ser presidente da República na hora do furacão', argumentou.
Petista conhece irmã no comício
Beijos e abraços marcaram o final do comício do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, na noite de segunda-feira, em Salvador. Ao descer do palanque onde fez 'participação especial' ao lado da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, Lula passou por um corredor de fãs, no Largo do Farol da Barra. Entre pedidos de autógrafo e cenas de tietagem explícita, demorou cerca de 20 minutos para chegar ao carro. Durante o percurso, uma mulher, no meio da multidão, pulou o alambrado e se atirou sobre ele. Para Lula, foi um inesperado reencontro com o passado. 'Ela é minha irmã por parte de pai e se ch ama Maria', disse. A mulher de Lula, Marisa Letícia, retrucou afirmando que não era sua irmã. Casada com Lula há 28 anos, Marisa deixou escapar os ciúmes. 'Já a encontrei outras vezes', explicou Lula.
Não é a primeira vez que o presidenciável do PT é abordado por homens e mulheres que garantem ser seus irmãos. O pai, Aristides Inácio da Silva, teve 22 filhos, dos quais apenas oito foram com Eurídice, sua mãe. Aristides saiu de casa em Garanhuns, Pernambuco, um mês antes do nascimento de Lula, em 1945. Ele fugiu para Santos com a prima de Eurídice, conhecida até hoje como Mocinha, e voltou apenas quando Lula já tinha cinco anos, carregando nova prole.
'Outro dia eu fiz comício em Santos, São Paulo, e vieram me dizer que tinha uma irmã minha na platéia, Guilhermina', lembrou Lula. Acrescentou que, como não a conhecia, pediu à assessoria que perguntasse a ela o nome de todos os irmãos. Guilhermina passou na sabatina e Lula foi apresentado a mais uma integrante do clã Silva.
No show, o cantor Zezé reforçou o pedido de votos para Lula, dizendo confiar no projeto do candidato. 'Vamos dar uma chance a ele', disse.
Rita fará amanhã campanha no RS
A candidata à vice-presidência da República pela Grande Aliança (PSDB-PMDB), Rita Camata, virá ao Estado amanhã. Ela estará acompanhada do candidato ao governo do Estado Germano Rigotto e do deputado federal Darcísio Perondi, que concorre à reeleição. Rita fará roteiro pelas regiões das Missões, Grande Santa Rosa, Planalto Médio e Celeiro. Ela começará por Santo Ângelo, seguindo para Santa Rosa e Ijuí e terminando em Três Passos. A candidata a vice da chapa de José Serra realizará showmício, às 18h, na Praça da República, em Ijuí, com a participação do grupo Os Quatro Gaudérios. Ela irá enfatizar para filiados e simpatizantes do PSDB e do PMDB o crescimento de Serra nas pesquisas de intenção de votos. Rigotto também estará comemorando o seu melhor momento.
Garotinho garante ida para o 2º turno
O candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, disse ontem estar certo que disputará o 2º turno. Segundo ele, a eleição vai se aproximando e os números reais começam a aparecer. Foi assim que reagiu às pesquisas divulgadas na segunda-feira pelos institutos Ibope e Datafolha, nas quais aparece tecnicamente empatado com o candidato Ciro Gomes, da Frente Trabalhista. Garotinho afirmou que no levantamento feito pelo partido ele aparece em segundo lugar, ficando atrás apenas de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. 'Eu estou com 18% há muito tempo. José Serra tem 17% e Ciro, 14%', disse o socialista. Ele visitou ontem quatro cidades do Vale do Paraíba, em São Paulo.
Urna eletrônica vai vigorar no exterior
Eleitores brasileiros residentes no exterior usarão o sistema eletrônico para votar pela primeira vez. Começou ontem o curso para 37 servidores que operarão as urnas nas embaixadas. A inovação será adotada por 163 seções eleitorais em 25 países. O número de eleitores cadastrados em embaixadas ou consulados brasileiros é baixo: 69,9 mil para o universo de 2 milhões de pessoas que moram fora do país.
Artigos
Confema 2002
Eugênio Spengler
As diversas realidades do nosso Estado - conflitos, potencialidades e problemas - estão diretamente relacionadas com o ambiente. A mineração, a pesca, a agricultura, a pecuária, a indústria, enfim, todas as atividades inerentes à atividade humana geram impactos ambientais. A construção de alternativas que promovam maior equilíbrio entre o ambiente e o homem passa por ações que envolvem o conjunto da sociedade. A Conferência Estadual do Meio Ambiente (Confema), que acontece nos dias 14 e 15 de setembro, em Porto Alegre, promovida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, é a maior oportunidade de participação social na definição de diretrizes de gestão ambiental para o Estado.
Após seis anos de interrupção, no ano de 2000, a Confema foi organizada a partir de 11 pré-conferências regionais e contou com a participação de cerca 3 mil pessoas. A plenária final realizou-se na capital gaúcha, em dezembro, com a temática 'Desafios para o Desenvolvimento Sustentável no Rio Grande do Sul'. As principais deliberações do evento foram relacionadas à necessidade de uma descentralização e capacitação da gestão ambiental para os municípios, fortalecimento do Conselho Estadual do Meio Ambiente, garantia da reestruturação do Sistema Estadual de Recursos Hídricos e implementação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação. Este ano, o enfoque é o processo de estruturação e consolidação das interfaces entre o Sistema Estadual de Proteção Ambiental e o Sistema Estadual de Recursos Hídricos. Foram realizadas 17 pré-conferências regionais, em que se buscou, a partir da realidade das regiões, identificar as contribuições para a articulação entre os sistemas estaduais responsáveis pela gestão ambiental.
As principais reivindicações levantadas durante as pré-Confemas referem-se a biodiversidade, recursos hídricos e cobertura florestal. O destaque é para incentivo a agroecologia, combate ao uso de agrotóxicos, educação ambiental, destinação adequada aos resíduos sólidos, questão das queimadas e efetivação das secretarias municipais do Meio Ambiente. Nesses encontros foram eleitos 302 delegados que definirão as diretrizes para as principais políticas, programas e ações que permitirão recuperar a qualidade do meio ambiente e garantir qualidade de vida para gerações futuras.
Colunistas
PANORAMA POLÍTICO - A. Burd
MALAN AMOLECE O CORAÇÃO
Os governadores não podem reclamar do ministro da Fazenda, Pedro Malan, que, ao final da gestão, age como Papai Noel: autoriza, conforme publicação no Diário Oficial da União, as secretarias da Fazenda a negociarem os créditos tributários que compõem o estoque de dívidas ativas dos estados. No Rio Grande do Sul, estimativa é de que permitirá o ingresso, nas próximas semanas, de R$ 320 milhões. Significa, na prática, antecipação de receita que aliviará o caixa, ainda que venha a criar dificuldade futura. Agora, depende apenas de parecer da Procuradoria Geral do Estado, que avalia a possibilidade de a operação ser executada com o Banrisul, sem a necessidade de licitação, já que outras instituições bancárias poderão se interessar.
DESESPERO
Candidatos e assessores dormem e sonham com resultados das próximas pesquisas. Não há tranqüilizantes que chegue. Alguns andam à beira da alucinação. Nunca um ponto percentual pesou tanto.
ESTE CONHECE
Nenhum dos presidenciáveis quis saber até agora se haverá dinheiro para cumprir as promessas. Everardo Maciel, o mago da Receita Federal, antecipa-se: 'São maiores do que a disponibilidade de caixa'.
EFEITOS
José Alencar, o vice conhecido como algodão entre cristais, anuncia que 'a reforma agrária será realizada pelo Estado e não à força'. A direção nacional do MST garante que entra de cabeça na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para elegê-lo no 1O turno. Ao mesmo tempo, José Rainha, preso e um de seus principais líderes, é suspenso por tempo indeterminado da entidade. Conclusão: mudaram o partido e o movimento.
FOGOS DE ARTIFÍCIO
O troféu Pirotecnia da Campanha, por enquanto, fica com a Frente Trabalhista que pede representantes da ONU nas eleições. Observadores internacionais são enviados a países mergulhados em conflagração ou com a democracia em risco. Há os que insistem em se autodepreciar e se reduzir a republiqueta.
SACUDINDO A POEIRA
No Brique da Redenção, domingo, serão distribuídas 500 máscaras do candidato Germano Rigotto. Faz parte da estratégia de mobilização no dia 15, que é o número do PMDB.
ÀS PRESSAS
A queda nas pesquisas atinge o barco do PPS abaixo da marca d'água. O presidente nacional do partido, senador Roberto Freire, vira escafandro e mergulha às pressas no Paraná para evitar o rompimento com a candidatura de Ciro Gomes.
DESTA VEZ
O paulista Adhemar de Barros concorreu à Presidência da República em 1955 e 1960, repetindo o slogan 'Desta vez, vamos'. Como a última campanha foi há 42 anos, caiu no domínio público e pode ser adotado. Ajusta-se como uma luva para Ciro Gomes e Luiz Inácio da Silva.
PREFEREM BAIXARIA
Candidatos falam pouco aos eleitores que têm três problemas na vida: café da manhã, almoço e janta.
TIROS
Correu bala no comício promovido pelo deputado federal Pompeo de Mattos, segunda-feira à noite, na praça central de Quaraí. Quando falava sobre riscos que enfrentou por ter integrado à CPI do Narcotráfico, um dos que acompanhava sacou revólver e deu dois tiros, que atingiram uma mulher. Foi o suficiente para provocar uma forte debandada.
APARTES
Assessoria de Lula tira do arsenal os antimísseis. Disparos vêm por aí.
Ordem do Planalto: entrar com ação contra Ciro diante de qualquer acusação que atinja o governo.
PT não dorme nas palhas: enviará comitiva no dia 13 aos EUA em busca dos votos de brasileiros. Só de Governador Valadares são mais de 40 mil.
Assembléia do RS é uma da poucas que não adota o recesso branco.
Câmara Municipal de Getúlio Vargas aprovou a redução de 11 para nove vereadores na próxima legislatura.
Jornalista João Souza receberá dia 24, na ARI, o troféu Honra ao Mérito, da Câmara Municipal.
Pesquisa Câmera 2: você já escolheu todos os candidatos em que vai votar? Respostas: 55% sim; 45% não.
Deu no jornal: 'Ciro vai se aproximar agora de Lula para atacar Serra'. É o célebre vale-tudo eleitoral.
Outra do jornal: 'PFL nacional traça plano de sobrevivência para 2O turno'. É pós-graduado no assunto.
Editorial
OS EFEITOS DO 11 DE SETEMBRO
Decorrido um ano do maior atentado de todos os tempos, levado a efeito por uma organização terrorista contra os Estados Unidos, a verdadeira extensão de suas conseqüências ainda é objeto de análises inconclusas. Até hoje, o confesso autor intelectual do atentado contra o World Trade Center, quando fanáticos seguidores de Bin Laden jogaram dois aviões seqüestrados nas duas torres que simbolizavam em Nova Iorque o poderio do capitalismo ocidental, ainda não foi localizado pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de seus aliados, fracassadas que foram as buscas realizadas por tropas militares na Afeganistão.
A ousadia dos ataques envolveu outros pilotos suicidas - que seqüestraram dois outros aviões de passageiros, um deles lançado sobre o edifício do Pentágono, em Washington, e o segundo derrubado em conseqüência de uma luta entre os passageiros e os seqüestradores na Pensilvânia - e estarreceu o mundo. Estava-se diante de ações suicidas, cujos executores, de origem árabe e adeptos do Islã, acreditavam que o sacrifício de suas mortes os levaria ao paraíso. Estava caracterizada a distorção de uma fé religiosa capaz de levar seus adeptos à pratica de atos insanos. A conseqüência da explosão fanática no 11 de setembro do ano passado foi a morte de mais de 3 mil pessoas, vitimadas pelos ataques, como também a sensação de insegurança que, como um rastilho, correu pelo mundo inteiro e ainda hoje perdura, provocando prejuízos de toda ordem pela retração da atividade das pessoas e das empresas pelo medo do futuro. Foi inevitável o abalo econômico decorrente, do qual ainda não se recuperou por inteiro a maior economia do mundo, alvo principal do ataque do terror, como igualmente ainda padecem os países ocidentais, atingidos pela crise.
Os estados organizados não chegaram, embora busquem afanosamente, a um consenso sobre como agir diante da ameaça que organizações terroristas clandestinas passaram a se constituir, impedindo que o mundo viva em paz. Como extirpar este câncer que é o terrorismo religioso, formado por legiões de adeptos fanáticos, é o desafio com que se defrontam os estados organizados. Um ano depois do 11 de setembro que abalou o mundo, a perplexidade diante do acontecido não se desfez de todo. E não se sabe o que está por acontecer.
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09/11/2002
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