Zulke acusa CPI de atrapalhar investigações sobre banda podre



 
Para o deputado Ronaldo Zulke (PT), além de evitar o aprofundamento das investigações sobre a banda podre da polícia, a CPI da Segurança Pública está atrapalhando os trabalhos relacionados ao inquérito sobre o jogo do bicho em andamento na Polícia Civil. “Podemos imaginar os motivos pelos quais a oposição não quer investigar o assunto. No entanto, não podemos admitir que a CPI dificulte as investigações desencadeadas pela polícia”, frisa.

Segundo o parlamentar, a CPI reteve o inquérito por dois meses e meio na Assembléia Legislativa, paralisando as investigações neste período. “Além disso, não é possível afirmar com segurança se o sigilo em relação à documentação encaminhada à Assembléia Legislativa foi mantido, já que pelas salas destinadas à CPI circulam pessoas estranhas, como delegados e integrantes do Movimento de Justiça e Direitos Humanos”, assinala.

Zulke argumenta que o vazamento de informações contidas no inquérito pode colocar em risco a vida de testemunhas ou inviabilizar depoimentos em juízo. “O vazamento de informações sigilosas só serve para antecipar as ações dos envolvidos nos inquéritos, que podem coagir testemunhas e apagar possíveis provas”, salienta.

O parlamentar voltou a cobrar da presidência da CPI a convocação de testemunhas que, segundo o capitão da Brigada Militar, Airton Cardoso, têm conhecimento do pagamento de propina por bicheiros a delegados de polícia.

Da mesma forma, o petista quer a convocação do promotor que solicitou o arquivamento de inquérito, presidido pelo delegado Alexandre Vieira em 1994. O inquérito, precedido por uma ação policial que culminou com o estouro de 19 bancas do bicho, foi considerado imprestável pelo Ministério Público. “É preciso saber se a responsabilidade é do delegado que conduziu mal o inquérito ou da promotoria, como sugeriu o próprio Alexandre Vieira”, assinala.

Durante o depoimento prestado nesta segunda-feira, dia 29 de outubro, o chefe de Polícia, José Antônio Araújo, afirmou que a polícia continua buscando provas sobre o envolvimento de policiais com o jogo do bicho. “Estamos trabalhando arduamente para apresentar ao Ministério Público um inquérito que tenha consequência. O governo e a sociedade vêm cobrando resultados neste sentido”, enfatiza.

10/29/2001


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